A União Africana nunca passou de um joguete subsídio dependente, vulnerável à guerra fria, e praticamente marginalizada sem qualquer influência global. Há duas Áfricas completamente antagónicas, ou mesmo três, as Austral, a do Norte e o Sael, e está ligada ao Atlântico e ao Índico, nunca conseguindo até hoje despertar da sonolência crónica que a tem tornado residual. Em boa hora João Lourenço chega à liderança depois de ter conseguido ser com Angola parceiro na Nova Ordem Mundial, que está a desenhar-se neste tempo de decisões que tudo indica, vai dar uma nova face à globalização.
O Senhor Presidente da República pode ser o Estadista capaz de tirar a União Africana da periferia, a nova etapa da produtividade e revolução digital, fulcrais para produção de riqueza e bem estar, está dependente da matérias primas que abundam em solo africano, vejamos como em Angola passou a ser mais interessante e de maior cobiça dos especuladores e seus agentes, o Corredor do Lobito do que o Petróleo. Angola e João Lourenço são a prioridade da Europa em África, o nosso País poderá ser o destino de investimento estrangeiro nunca experimentado, a governação abriu as portas, oxalá não venham à tona os aventureiros do costume que, ciclicamente acenam a instabilidade e o medo.
Já estamos a viver a fase do pós guerra, foram tempos em que o mundo sempre pulou e avançou por imperativo de sobrevivência, há agora mais actores, é aqui que entra África e João Lourenço que conquistou vantagem pela equidistância. Trump já visou a Zelensky que tem de ceder à Rússia, Putin já informou a Maduro que tem de dialogar com os EUA, e a Índia já escolheu no caminho e vai liderar a Ásia anti-China, com o Japão, Coreia do Sul, Filipinas, Indonésia, e até a Austrália, dando à China espaço para resolver Taiwan.
Voltando ao nosso Continente, assistimos ao isolamento cada vez maior da África do Sul, temos o Quénia a liderar o Índico, e Nigéria e Angola na frente do Atlântico Sul, levando Angola uma vantagem importante por ser residual o fundamentalismo islâmico.
Angola de João Lourenço expande-se no essencial de um crescimento de liderança, com a vantagem de ter umas Forças Armadas democráticas, termos uns Serviços de Inteligência altamente capacitados. Avançamos para o Espaço, e teremos até ao final da década a RDC, Zâmbia e Namíbia, dependentes da energia angolana. Teremos ainda nesta década a dependência dos países vizinhos, sem excepção, de combustíveis refinados, bem como matérias primas derivadas do petróleo.
Pelo Corredor do Lobito, será Angola a abastecer a RDC e a Zâmbia de todos os produtos do Mar, sal, peixe, sulfato de magnésio. Cabe também aos senhores ministros que tutelam as várias vertentes da governação, implementarem uma mensagem assente numa narrativa positiva, onde possam informar o que está ser feito, quais os objectivos a médio e longo prazos,e não permitirem que o País seja inundado por um imediatismo torpe e cego, que tenta minar o Estado Democráticode Direito.