Uma fonte da CNE (ligada a um partido na oposição) garantiu-nos que a Comissão Nacional Eleitoral não recebeu nenhuma queixa de fraude eleitoral até hoje, sábado, 27, contrariando o discurso de Adalberto Costa Junior, em conferência de imprensa, segundo o qual tinha reclamado junto da CNE uma alegada vitória da UNITA, com base em actas em sua posse.
A fonte diz que qualquer candidato que verifique resultados, com base em cópias de actas em sua posse, que não estejam em conformidade com os resultados divulgados oficialmente pela CNE, pode recorrer à instituição, anexando as provas para se corrigir os números, o que não aconteceu com a UNITA porque não fez nenhuma queixa à CNE.
Acrescenta que a UNITA não deu entrada de nenhuma reclamação oficial e se o fizer nos próximos dias deve anexar as provas da sua contestação – as cópias das actas que justificam a sua alegada vitória -, e que tudo que foi dito contra a CNE, até prova em contrário, só foi “show off” de Adalberto Costa Júnior na imprensa.
A fonte alerta, por outro lado, que existem actas em posse de candidatos, que durante o escrutínio foram invalidadas pelo sistema, por situações de contradição nos números.
“O sistema invalida automaticamente actas que mostrem números cujo somatório não condizem com os boletins de voto numa determinada assembleia de voto. Em caso de dúvida, invalida-se a acta. O sistema está programado assim”, sublinha a fonte.
Acresce que só a CNE é que sabe que actas foram invalidadas pelo sistema em função de alguma irregularidade constatada e que algumas vezes candidatos acham que essas actas fazem parte das contas por não terem informação sobre que actas foram anuladas pelo sistema.
“Para os concorrentes às eleições, todas as cópias de actas são válidas, quando não é assim que funciona”, chama a atenção.
Sobre a última comunicação de comissários eleitorais, numa conferência de imprensa realizada neste sábado, 27, a fonte garante que não detectou nenhuma irregularidade no processo de contagem dos votos embora corrobore com a comunicação dos cinco comissários eleitorais lida neste sábado, segundo a qual violou-se alguns procedimentos durante o processo eleitoral, por excessos do presidente da CNE, Manuel Pereira da Silva, principalmente, mas que não condicionam a transparência constatada por si no processo de contagem dos votos.
“Uma coisa são procedimentos antes da contagem dos votos e a sua divulgação na imprensa e outra é o próprio acto de contagem. Em relação à contagem, foi tudo claro. Não posso mentir. Eu sou da oposição e acompanhei todo o processo de contagem. Devo ser honesto, você, Carlos Alberto, conhece-me, gosto de ser coerente”, esclarece a fonte.
Questionado sobre se a comunicação dos cinco comissários eleitorais condiciona o desfecho do processo, a fonte diz que foi uma comunicação para mostrar algum descontentamento pela forma como os seus nomes foram usados pela imprensa para legitimar o processo eleitoral.
“Antes do processo de contagem, houve alguns atropelos de procedimentos e era preciso esclarecer isso para que no próximo pleito não volte a acontecer. Em nenhum momento a comunicação dos comissários eleitorais condiciona a transparência do processo de contagem dos votos, até porque são 17 membros do Plenário e só 5 entendem de forma diferente o que chamam de “algumas violações de procedimento””, remata a nossa fonte.