Fome – Fome – Loucura

ByKuma

19 de Dezembro, 2021

A falta de vergonha da UNITA, a hipocrisia da Igreja Católica, o descaramento regimentado dos agitadores programados, engordaram a Fome na descontextualização de uma palavra do Presidente da República dita na inserção de uma oratória de combate à mesma.

A UNITA entrou na deriva da intriga, da insinuação, muito própria de ser da sua vertente política, nada é novo senão o ruído como grande aposta objectiva da instalação do medo para causar o pânico.

Estranho, comportamento, sem paralelo em África, com consequências desastrosas de lutas fratricidas e somatórios de carnificinas, é o alarido histérico da Igreja Católica, inserindo na luta política elementos proeminentes da sua estrutura angolana. De El Salvador às Honduras, do Equador ao Brasil com D, Paulo Evaristo Arns, bispo de São Paulo durante o Regime Militar.

A Fome é relativa e deve ser analisada em diferentes contextos, em África morrem 5 milhões de crianças anualmente subnutridas, Angola ocupa o 13º lugar na lista das Nações Unidas tendo ao seu lado a Zâmbia, e situado muito abaixo da RDC, do Congo, da RCA, Camarões e outros países dos Grandes Lagos, mas, acresce, que não morre de fome apenas quem não tem o que comer, há gente que morre em casa com mandioca no quintal, porque irresponsavelmente lhes são vendidas apenas facilidades.

Não se morre de fome apenas por inação do Governo, ela deriva do egoísmo da sociedade, da indiferença humana causada pela semente das divisões, racistas, tribalistas, e dos ódios acumulados por uma guerra longa sem sentido.

Combater a corrupção é combater a fome, ampliar a Paz é combate a fome, João Lourenço fê-lo ao permitir um funeral digno a Jonas Savimbi, combater a fome é liderar um Governo que tem consentido todos os desmandos a uma oposição indigna dos desígnios democráticos em nome da estabilidade.

Ontem mesmo prometi aqui trazer os resultados de uma reunião de activistas dos Direitos Humanos em Rio Frio – Palmela. Depois dos testemunhos do médico angolano Dionísio Solunga e da enfermeira Irene Dunduma, o grupo foi confrontado com a impossibilidade de recorrer, enquanto tal, ao TIC – Tribunal Internacional Criminal contra a UNITA e Jonas Savimbi, porque a Lei obriga a que se esgotem, antes, todos os procedimentos judiciais nacionais, mas os relatos foram significativos, matou-se, mandou-se matar, por capricho de revolta pela não satisfação pessoal, e houve quem vergasse a sua dignidade à vontade do chefe. Com uma bala, com o chicote ou numa fogueira, cometeram-se arbitrariedades monstruosas, e hoje temos aí herdeiros, cúmplices, que garantem as raízes e a memória destes tempos que mataram muitas vezes mais que a Fome.

Espanta os mais atentos, e são muitos, Angola volta a estar apetecível, que a Igreja Católica surja como amparo de uma associação criminosa, a UNITA/FPU/MARIMBONDOS, sendo contranatura, sem ideologia, assentes em interesses meramente económicos, o Galo Negro porque precisa de fundos para o combate, a FPU porque tem no seu seio uma PRA-JA inexistente, e os Marimbondos porque querem reaver as mordomias da corrupção e do roubo, são um explosivo permanente que obriga a vigilância apertada.

Hoje é domingo, dia de leituras curtas e leves, mas com tempo para reflexão, e aos angolanos, cada vez mais, é aconselhada meditação profunda sobre o passado e os ensinamentos para o futuro, há um tempo de aprendizagem, mas há, também um tempo para decidir, e o amanhã começa hoje, a humanidade sempre se confrontou com a realidade ela diz-nos que nunca está bom o suficiente para esmorecer, nem nunca está tão mal para perdermos a esperança, a vida é a chave de tudo, a crença da felicidade.