O empreendedorismo não é uma novidade em Angola. A propensão para o empreendedorismo existe, o que muitas vezes falta são os instrumentos para que os passos dados neste sentido, suscitem uma melhor orientação.
A juventude é o futuro de cada nação e os herdeiros da nossa terra. Esta afirmação é verdadeira em todos os sentidos. Quando um país tem uma população jovem e saudável, deveria naturalmente avançar em termos de desenvolvimento e progresso geral. Um país com uma população diminuta e idosa é completamente diferente do que encontramos em Angola, que possui uma população maioritariamente jovem e que certamente não conviverá bem com o que pode retardar o seu crescimento.
O mundo de hoje transitou para a ‘Era da Tecnologia’. Esta tem permitido o progresso em todos os campos e todas as sociedades. A revolução tecnológica mudou a vida das pessoas, levando saúde, informação e conectividade até mesmo às áreas mais remotas que até então estavam isoladas.
Angola não é excepção, e embora o cidadão angolano tenha sabido empreender em muitas áreas e não raras vezes sem o apoio de instituições ou organizações sociais, é meritório destacar as iniciativas que têm sido promovidas pelo Governo angolano.
O Gabinete para Cidadania e Sociedade Civil do Comité Central do MPLA tem andado, e vai realizar vários workshops dedicados ao empreendedorismo, emprego e responsabilidade social. Esta iniciativa visa agregar os principais actores do mercado de emprego, de forma a estimular a cultura do empreendedorismo das empresas aliado a um dos objectivos principais do Estado angolano que é diversificar a economia e aumentar a empregabilidade, não esquecendo da respectiva articulação com acções de solidariedade social e apoio humanitário.
Este projecto, iniciado na província do Bengo no mês transacto, contou com a presença da sua directora Fátima Viegas, que na altura salientou ser “necessário estimular e chamar atenção das empresas, no âmbito das suas responsabilidades sociais, para que sejam a mola impulsionadora para o emprego”.
Já no início desta semana, a província do Uige acolheu o segundo workshop, onde foi debatido, entre outros assuntos, a importância do empreendedorismo local, uma vez que este pode impulsionar o aumento dos postos de trabalho e consequentemente, melhorar as condições sociais das famílias locais.
No final foram delineadas algumas propostas, como por exemplo, a expansão das actividades do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP) na província do Uíge, para que haja mais jovens a empreender nos vários sectores.
Para além disso, alertou-se para a necessidade dos jovens participarem mais das actividades inseridas no Plano de Acção para Promoção da Empregabilidade (PAPE) que visa promover o auto-emprego e a diversificação da economia nacional.
Um outro aspecto relevante levantado pelos participantes foi o papel essencial que os bancos comerciais devem continuar a ter no crédito bancário, de forma a potenciar o empreendedorismo na população jovem.
Este projecto irá passar por todas as províncias de Angola ainda durante o corrente ano, por isso é indispensável que os jovens de cada uma das províncias sejam alertados para este tipo de eventos.
O empreendedorismo, principalmente o associado à juventude, tem impacto no progresso social, cultural e económico da sociedade. Construir um ambiente que promova de forma criativa e ofereça oportunidades para o empreendedorismo exige a implementação de estratégias multifacetadas e o envolvimento em todos os níveis, incluindo todos os actores – o governo, a indústria, os sectores político, social e educacional.