Empréstimos bancários: o método de lavar dinheiro de Adalberto

ByTribuna

14 de Junho, 2021

Adalberto da Costa Júnior está a tentar concretizar um empréstimo bancário em nome da UNITA, para assim conseguir financiar-se e continuar a desenvolver a sua campanha de mentiras contra o actual governo liderado por João Lourenço. Está previsto um bilião e quinhentos milhões de kz. Em troca dá em hipoteca a casa da presidência na Maianga e a Delegação Provincial do Huambo.

 Isto é uma grande mistificação.

Já todos percebemos que Adalberto, ao arrepio da postura anterior de oposição leal da UNITA, montou uma organização secreta de guerrilha digital e urbana, promovendo massacres mediáticos nas redes sociais e pseudo-manifestações incendiárias nas ruas.

O problema é que essa organização de agitação precisa de dinheiro, muito dinheiro que vem dos esconsos mais corruptos de Angola.

É para esconder a proveniência ilícita do dinheiro que Adalberto recorre a um subterfúgio clássico. Mascarar tudo com um empréstimo bancário. Afirmando que está a contrair empréstimos bancários, Adalberto faz movimentar dinheiro sem ter que provar a sua origem. Sobre todo o dinheiro que apareça dirá que vem dum empréstimo bancário. Posto nestes termos, nenhum militante ou dirigente poderá questionar a aquisição de bens ou a realização de actividades que envolvam dinheiro, porque estará justificada com o tal empréstimo.

Ora isto não é mais do que uma técnica de branqueamento de capitais. Misturar dinheiro obtido de forma lícita com outro surgido de práticas criminais anteriores, branqueia este último. Nesta medida, um branqueamento de possíveis apoios corruptos de santistas e outros sequazes poder-se-ia consumar, sem que se pudesse desvendar concretamente o que está por trás.

Na maioria das vezes, o branqueador de capital estabelece uma origem legal aparente do dinheiro por meio da fabricação de transacções como contratos, facturas, acções, relatórios e declarações -faladas ou escritas.

Contudo, um dos métodos comuns usados ​​para justificar a lavagem de dinheiro é fabricar um empréstimo.

Dentro desta técnica há o back-to-back ou loan-back. Esta é uma forma popular de lavagem de dinheiro através de um empréstimo. Isso geralmente é feito por meio da criação de um contrato de empréstimo entre o criminoso e um terceiro. Os terceiros mais usados ​​são corporações offshore controladas por criminosos. O empréstimo back-to-back refere-se a um empréstimo que é independente, ou seja, o dinheiro pode ter origem em Amsterdão, mas é totalmente garantido por um dinheiro previamente depositado, por exemplo, num banco de Curaçao. Devido à estrita compartimentação, é difícil perceber que o empréstimo de Amsterdão é o mesmo credor em Curaçao. Muito possivelmente, pode ser este um dos estratagemas para financiar a UNITA: garantir um empréstimo num local, com dinheiro sujo noutro. Se fosse este o caso, no empréstimo à UNITA a garantia da hipoteca da casa da presidência na Maianga e da Delegação Provincial do Huambo, poderia ser fictícia ou ser servida por uma contra-garantia numa offshore.

Outra hipótese é conseguir misturar dinheiros do empréstimo legal com os dinheiros ilícitos. Por exemplo, do dinheiro do banco lícito sai dinheiro para pagar cartazes de campanha, enquanto do capital ilícito sai dinheiro para comprar computadores. Ninguém consegue descortinar o que vem de um lado ou outro. Como o dinheiro é fungível torna-se impossível descortinar as origens de cada operação e o branqueamento estava realizado.

Portanto, as autoridades devem ter muita atenção com os empréstimos da UNITA pois esconderão outros dinheiros obscuros.