Adalberto Costa Júnior reuniu a sua Comissão Política; para muitos participantes foi surpreendente a forma como assumiu um discurso independente, com acento tónico no facto consumado, à boa maneira dos tiranos.
Pronunciou-se sobre os fundos recebidos por um emissário de José Eduardo dos Santos, com os quais já adquiriu viaturas para o Partido, e anunciou a nova estratégia de acção, que passa por decisões tomadas já no seio da coligação, imposição de Zédu o acordo com Chivukuvuku.
Na UNITA o descontentamento é grande porque muita gente perde partidariamente protagonismo, caso de Mihaela Weba, e sobretudo, a cedência de lugares garantidamente de topo aos parceiros da coligação.
O estranho de todo este processo é a linguagem, a mensagem para o Partido é a de preparação para eleições, mas para a juventude de rua e nas redes sociais, é para acção de derrube do Governo imediatamente, e ACJ começa mesmo a agir à revelia do Galo Negro provocando sectores mais moderados, Samakuva está completamente ostracizado.
Para o exterior a mensagem é de assunção de Chivukuvuku como nº 2, o general Lukamba Gato, Marcial Dachala e Eugénio Manuvakola, o núcleo clandestino que elegeu ACJ, começam a dar sinais de intranquilidade, algumas chancelarias acreditadas em Luanda reportam preocupação por haver indícios de ACJ valer mais que a UNITA e, perante os seus tiques de imaturidade e tirania, poder provocar uma instabilidade institucional.
Para os mais esclarecidos, também na UNITA, o Governo e João Lourenço começa a dar sinais de vitalidade e começam a ser indisfarçáveis progressos e resultados das medidas que transitaram até ao actual desiderato; internacionalmente o Galo Negro está isolado e a sua vertente racista, tribalista e separatista não é acolhida com bons olhos em África.