A Europa está com afinco a apostar num regresso ao passado, e ironia do destino, fá-lo com base num discurso de John Kennedy, que fez na sua visita à Europa em 1962: “A Europa tem de resolver os seus problemas pelos europeus”.
A União Africana falhou até agora a sua missão, África não é homogénea e nunca soube valorizar a sua diversidade, mas há uma África a sul do Sahel que tem pago o preço de conceitos e preconceitos pelas características que a definem.
É esta nossa África que tem de encontrar um caminho, com pragmatismo, com realismo, valorizar a diversidade cultural, e encontrar um modelo de desenvolvimento solidário em que assente o desenvolvimento e que crie instrumentos que perpetuem a Paz.
A África Nossa não pode tolerar que um pequeno país como o Ruanda, provoque impunemente uma instabilidade regional, não pode tolerar que rebeldes insurretos desviem matérias primas que desvalorizem as riquezas africanas.
África não pode ter fome, ignorância, pobreza, enquanto houver dificuldade para tudo menos para a aquisição e circulação de armas, telemóveis, equipamentos de comunicações que só servem para sustentar o terrorismo, deixando um rasto de destruição e miséria.
A África Nossa controla rotas importantes no Atlântico. No Índico, dispõe de espaço aéreo e um mar exclusivo que só pode ser controlado com partilha na fiscalização.
Pode parecer utopia, mas a instabilidade crónica, as governações pessoais eternas, dão-nos uma identidade menor, temos de arrepiar o caminho para o futuro, há que assumir um esforço para amenizar o sofrimento de quem já não vai a tempo, mas é hora do conhecimento, é hora das elites que alavanquem os países, pior do que todas as dificuldades sociais, são as guerras, e irão emergir sempre para consolidar o nosso atraso, por isso é mais fácil adquirir armas e todos os instrumentos de guerra, do pão,água, livros, medicamentos e material hospitalar.
África Nossa tem de ser construída pelos africanos.
Pedido:
Vou deixar aqui um pedido, um apelo dramático, no meu Município, Ukuma, província do Huambo, o mais belo edifício local, a escola onde estudou a minha mãe, onde estudei eu, bela com aromas de giz e plasticina, foi cedida a alguém do poder local, para transformar numa residência. Ela já tinha uma boa residência anexa, onde viviam os professores, campo de futebol, campo de basquetebol, e um belo pomar com dezenas de mangueiras e nespereiras.
Não me parece que seja caso para me dirigir ao Senhor Presidente da República, mas creio, sinceramente, que merece a atenção do Ministério da Educação ou do Governo Provincial.