O tempo e a razão estão a legitimar o determinismo do Presidente da República, no combate à corrupção e entregar à Justiça os saqueadores que enriqueceram facilmente à custa de fraude com ramificações várias.
Em Portugal estalou o verniz, à tona emergem revelações todos os dias que mostram quanto gigantesca era a desgraça, mas sobretudo colocam-se a nú cumplicidades e parcerias criminosas.
Os nichos da corrupção gigantesca, envolvendo muitos milhares de milhões de dólares, tinham na cidade alta a cabeça do polvo, mas os tentáculos insaciáveis tinham nome, Manuel Vicente, Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, Isabel dos Santos, com a cumplicidade estratégica do juiz Ferreira, do general José Maria e Álvaro Sobrinho.
Depois da herança ingovernável de João Lourenço,que na hora certa arrepiou caminho, todavia criaram-se clivagens, houve resistências, estabeleceram-se ligações sinistras, mas hoje, ficamos a saber de que lado esteve sempre o PGR e quanto foi cúmplice no trilho que nos trouxe até aqui.
Este laxismo preocupante da PGR, num regime presidencialista como o angolano, na visão popular, é altamente comprometedor para o Presidente da República, aliás, foi explorado pela Oposição que atingiu um resultado eleitoral em Luanda que não tornará a repetir. Veremos se no futuro próximo não teremos o PGR no banco dos réus, ficar-lhe-á bem assumir a suas responsabilidades na hora da partida.
Esta farsa silenciosa da escumalha associada, assenta na comunhão de objectivos permanentes, o ódio não se dissipou, ao contrário adensou-se, e só por acção da justiça poderá desanuviar-se, mesmo porque o património total do roubo ainda não está totalmente contabilizado.
Ontem mesmo, foi dito em Portugal, no seguimento do livro do antigo governador do Banco de Portugal, que Isabel dos Santos beneficiou da cumplicidade do Primeiro Ministro António Costa, e que não foi detida em Agosto nos Países Baixos “Holanda”, por incompetência do PGR angolano.
Talvez ainda seja tempo, a exemplo de outras paragens, o senhor Presidente da República tomar a iniciativa de criar uma Alta Autoridade contra a corrupção, a termo, para que possa escrutinar os saqueadores, arrolar o património, com interatividade dos cidadãos, é hora de não permitir mais insinuações que minem a governação, agora que Angola está no roteiro das grandes Nações do mundo.