A realidade sobre Barcelona

ByTribuna

13 de Julho, 2022

Há o respeito pelos mortos, a sua dignidade, quer em vida, quer após a morte e há a realidade política. É sobre esta que versa este texto.

O que se assistiu em Barcelona nestes últimos dias foi a uma chantagem política por parte de alguns filhos de José Eduardo dos Santos tentando obter dividendos políticos para a Unita com a sua morte e procurando rebaixar a soberania e integridade do Estado angolano.

Esse foi o aspecto de luta política interna.

Felizmente, viu-se a tempo que o que estava em jogo não era a memória e respeito pela figura de JES, mas uma luta presente a actual que nada tem a ver com o falecido presidente, mas com a sofreguidão de poder e dinheiro das suas filhas que apostaram todas as fichas na vitória da Unita nas próximas eleições e no seu retorno ao acesso às riquezas do Estado.

Externamente, só houve estupefacção com todo este comportamento.

 Em Espanha e França o que se vê foi a morte de um dirigente que não deixou saudades, pelo menos a partir de 2002, quando transformou o país numa cleptocracia, o que é vastamente confirmado pela presente acusação criminal aos seus dois homens-fortes: Kopelipa e Dino. Pura e simplesmente, estes com a colaboração do Vice-Presidente da República desviaram para os seus bolsos biliões provenientes dos empréstimos da China. Afinal o dinheiro da China não foi para o Estado, mas para Vicente, Kopelipa e Dino. E quem presidiu e incentivou isto tudo foi JES.

As filhas apenas se querem agarrar a todo o custo ao remanescente do dinheiro, que lhes permitiu viver como princesas africanas e que agora desapareceu. Por isso acusam João Lourenço, não percebendo que foram elas próprias ao entrarem no esquema cleptocrático que anunciaram a sua própria desgraça.

Estes são os comentários que ouvimos em Espanha e França e nada mais.

Não há estadista, empresárias, mas cleptocratas que empobreceram um povo saqueando até à China.