A Verdade e a falta de vergonha

ByKuma

8 de Junho, 2025

Tenho sido bombardeado com toda a espécie de rótulos insultuosos, que invariavelmente resvalam na minha indiferença. Não fico feliz, mas fico com a consciência tranquila do dever cumprido, é o sinal que as minhas verdades incomodam, porque sem argumentos para contrariar, tentam silenciar-me com o medo.

Não me vendo, nem me dou, sou livremente aquilo que sou, mudei a trajetória, não fácil, mas o tempo acabou por dar-me razão, os amigos verdadeiros não deixaram de o ser, separei-me da UNITA e abracei Angola, e por ela aqui estou.

Com João Lourenço desfruto de uma liberdade que nunca tive em 50 anos de Independência, escrevo, viajo, vivo do meu trabalho, não recebo nenhuma pensão aos 73 anos de idade, nunca fiz nenhum negócio com o Estado, e nem sequer consegui recuperar a casa do meu pai, que viveu 60 anos em Angola.

Refugiei-me na história e cultura do meu chão, ao largar as armas optei pelo jornalismo, jurei desafiar a razão com a verdade, essa fronteira ténue que em Direito diz-se, nem tudo que é legal é lícito.

Revolta-me a falta de vergonha, quem troca a verticalidade por um prato de lentilhas, e Angola enferma por falta de verdade porque a responsabilidade está condicionada pelo oportunismo, vacila com as conveniências.

Que saudosismo torpe anda hoje à solta quando publicamente, vemos associados o bacharel tirano psicopata intrujão ACJ “Betinho”, Abel Chivukuvuku, Lukamba “Miau” Gato, com Fernando da Piedade Dias “Nandô” dos Santos, quando em 1992, em Angola e no estrangeiro era apontado como assassino e inimigo nº1 da UNITA . Será o ódio a João Lourenço tão grande capaz de unir inimigos viscerais e dissipar ódios de morte?

Durante tanto tempo tínhamos em Angola um assassino cruel, milhares de famílias ainda hoje vivem o drama de tantas almas perdidas pelas ordens justicialistas do general José Maria, foi de facto sob a sua tutela que se cometeram as maiores barbaridades tenebrosas de Angola independente.

Todavia, de forma gratuita, em liberdade nunca experimentada, chama-se tudo ao general Fernando Garcia Miala, no entanto nunca mais se ouviram falar dos voos da morte, de fuzilamentos, têm mais sangue nas mãos muitos dos que acusam de prepotência, quando afinal é, também com a sua autoridade institucional e democrática, que é garantida a liberdade de todos podermos usufruir do direito, até de dizer asneiras e trilhar as margens da agressão inadmissível.

Podemos nós construir e desfrutar de uma Angola que exale esperança para todos, com estes torpes comportamentos e ínvias narrativas, alimentando uma perene postura de confronto?

É tempo de renovar as bases de sustentação do Regime, o actual caducou, é hora de construir um novo Sistema, dar vez à juventude que nunca se confrontou com armas, é o momento de fazer a transição do país que lhes pertence enquanto há experiência viva para executar sem sobressaltos, temos de ser capazes de mostrar à juventude que há muito mais Angola para lá da política.
Viva a Nova República…!!!
Mudança, Confiança, Esperança…!!!
Ética, Moral, respeito pela Coisa Pública…!!!