Ouve-se o general Kopelipa e sentimo-nos todos santificados. Ninguém fez nada, tudo foi feito de acordo com a lei. O pobre do general não tinha poderes para nada.
Contudo, há um equívoco neste argumento, não ter poderes, não quer dizer que não o tenha feito à margem da lei. Não ter competência para o acto não quer dizer que não o tenha praticado.
Não devemos confundir o que a lei dizia e o que os arguidos fizeram. O que está em causa no julgamento é precisamente o incumprimento da lei, não o seu cumprimento.
Este é um primeiro ponto a sublinhar, antes que os avençados pagos encham as tribunas a anunciar que o general já está inocente.
Um segundo ponto é a discussão pública que se está a levantar acerca do julgamento. Uns dizem umas coisas, outros o contrário. Isso é bom. Mostra aos cépticos que os poderosos chegam a julgamento, que o combate contra a corrupção existe, e que chegará a vez de Isabel dos Santos e de cada um que saqueou o país.