Não tenho nem nunca tive a pretensão de me assumir como historiador, mas mesmo na humilde pequenez, não aceito a mentira voluntária e interesseira, como aquelas que alimentam sonhos e loucuras, e que tentam transformar a inocuidade em proezas promotoras do culto de personalidade.
Meu Caro Paulo Lukamba “Miau” Gato, sei o que a casa gasta, os bajuladores e dependentes não me agridem, os seus insultos resvalam na minha total indiferença, ainda é muito cedo para que a história julgue os porquês de estarmos onde estamos, faltam-nos ainda quadros capazes de promover a Heurística e para a interpretação da Hermenêutica, ainda que sejamos muito dependentes da oralidade.
Mas diferenças que separam, mesmo com a guerra, quem tem no seu ADN a noção de Estado, e se houvesse um tempo para balanço talvez tivéssemos mais respeito pela obra feita.
Quanto custa a formação de um piloto? Quantos pilotos havia em Angola em 1975?
Quanto custa a formação de um meteorologista? Quantos havia em Angola em 1975?
Angola tem no mundo 56 embaixadas, 24 consulados, representações na ONU, UNESCO, OMS, UA, FMI, BM. Quanto custa formar um médico? Quantos médicos havia em Angola em 1975? Construíram-se estradas, ferrovias, hospitais, escolas, barragens, portos, aeroportos, os deputados dispõem de instalações de Primeiro Mundo, temos uma das mais belas baías do mundo, com uma belíssima marginal.
Poderia encher o jornal com obras feitas que orgulham qualquer cidadão nos festejos do cinquentenário da Independência Nacional, há com certeza muito por fazer, governar é uma obra inacabada, e no confronto maldoso até parece que o Governo não fez nada.
Mas é claro que a UNITA nada tem para festejar, podem tentar branquear com histórias mal contadas, mas os cidadãos não votam no Galo Negro porque na hora apenas se recordam de destruição, escombros, tirania, e uma maledicência e clandestinidade que obstaculizam o desenvolvimento .
Vamos contar a nossa história com verdade, mas não falem em inocentes, há sinais vivos que retratam quem foi quem, ainda há muitas feridas vivas que podem ser perdoadas, mas jamais serão esquecidas.