Já eram horas impróprias para que o telefone incomodasse, muito menos, para surpresa minha, em consequência do artigo publicado ontem ao fim da tarde. Recebi três chamadas de colegas mostrando incómodo com o conteúdo,e a criticar-me pelo facto de confundir o Observador com a LUSA.
Efectivamente insinuei surpresa porque constatei estranhamente uma analogia Observador/Lusa, com publicações avulsas tendenciosas em relação a Angola e ao seu Governo, mesmo porque nunca li ou ouvi qualquer desmentido que ambos contam com a generosidade de Isabel dos Santos.
Não retiro uma vírgula ao que escrevi, e hoje até sei que o autor do estudo do ISCTE, Gerhard Seibert, é um investigador que não conhece Angola, a sua investigação é baseada em dados estatísticos de várias origens, mas que entrou no circuito da LUSA, que tem uma postura vesga perene, e é sempre ponto de partida da maledicência em relação ao nosso País.
O Estudo enferma de pecado original, é omisso em datas, e Angola de hoje, por muito que queiram não ver, é muito diferente de há 10 anos, e o autor reconhece isso, mas generaliza a crítica maldosamente, só assim pode ainda falar em marxismo e leninismo em Angola.
Não vou aqui reproduzir barbaridades e insinuações do autor, mas trago o que serviu para legitimar os horrores do seu estudo, talvez tivesse pesado na consciência ir tão longe na servidão avençada, e tivesse de suavizar o ridículo.
“O que falta nestes países é a alternância do poder através do voto, através de eleições democráticas. E isso não acontece, porque eu acho que também tem a ver com a fraqueza e as divisões dentro da oposição”.
“Outra questão é se a oposição, uma vez no poder, seria melhor. Isso também é especulativo. Por exemplo, no caso de Moçambique, ninguém pode garantir que, caso tivesse chegado ao poder, Venâncio Mondlane seria melhor líder que (Daniel) Chapo. Isso é especulação”, acrescenta.
O que espanta e revolta em todos nestes estudos, e pecam todos no mesmo, é que vivem da crítica, apontam o dedo a tudo que mexe, mas ninguém aponta caminhos, ninguém apresenta soluções, e na generalidade esquece problemas iguais vividos nas suas próprias terras.
Alguém já contabilizou seriamente a evolução da riqueza produzida extra petróleo e diamantes, nos últimos 5 anos em Angola?
Sejamos sérios, e a Oposição até deveria ter vergonha, ela mesma não sabe das transformações no País, estão confinados a Luanda, e vão com mais facilidade ao Dubai, Lisboa ou Joanesburgo, do que ao Moxico e às Lundas.
Enfim, é o que temos…!!!