A recente candidatura da artista angolana Eva Rap Diva a deputada na Assembleia da República, pelo Partido Socialista, tem gerado uma onda de debate no espaço público português. Reconhecida pelo seu contributo na cena musical lusófona, em especial no rap de intervenção social, Eva dá agora um passo audacioso ao ingressar no mundo da política institucional.
A escolha do PS em integrar a artista nas suas listas foi saudada por alguns como um sinal de abertura e de renovação dos quadros políticos, valorizando vozes que emergem de contextos sociais menos representados. A cantora, conhecida pela sua frontalidade, posicionamentos firmes e ativismo em questões de género, racismo e desigualdade, representa, para os seus apoiantes, uma lufada de ar fresco num Parlamento muitas vezes criticado por estar distanciado da realidade das periferias e das minorias.
No entanto, a candidatura não escapou à controvérsia. Críticos questionam a preparação política de Eva Rap Diva, apontando para a sua ausência de experiência legislativa e para declarações passadas nas redes sociais que consideram incompatíveis com o perfil de um representante parlamentar. Para outros, trata-se de uma jogada eleitoralista do PS, tentando capitalizar a popularidade de figuras mediáticas sem considerar suficientemente o seu percurso político.
A própria artista tem respondido com serenidade às críticas, afirmando que “a política precisa de mais vozes reais” e que o seu compromisso com a justiça social é genuíno. Independentemente do desfecho, a candidatura de Eva Rap Diva levanta questões pertinentes sobre representação, renovação política e o papel dos artistas na esfera pública.
A sociedade observa, dividida mas atenta, este novo capítulo onde a arte e a política se cruzam de forma inesperada.