A entrevista da clareza

ByAnselmo Agostinho

10 de Junho, 2025

Mais uma vez, o Presidente da República foi claro e enfrentou os assuntos sem medo. É precisamente esta clareza e coragem que irrita os opositores, habituados que estavam ao engano e à hipocrisia, que lhes acalmava as consciências.

João Lourenço deu uma boa entrevista, articulada, incisiva e realista. Gostei em especial de três pontos:

Em primeiro lugar, realça com factos positivos os ganhos da independência. Pelas narrativas que por aí correm, parece que os angolanos viviam melhor antes da independência. Não viviam. Quem vivia melhor eram os portugueses. Os angolanos eram tratados como cidadãos de segunda no seu próprio país, ou pior. O “desenvolvimento” da colónia só beneficiava os grandes grupos portugueses que exploravam o mais rapidamente possível as riquezas angolanas. A população angolana era mantida no analfabetismo, sem quaisquer condições ou qualidade de vida. Os saudosismos são uma mera fantasia.

Em segundo lugar, apontou bem o dedo em relação ao que se passa na África Central, e sobretudo na RDC, explicando o erro que foi Tshisekedi pensar que os EUA ou o Qatar iam resolver problemas africanos, que deviam ser resolvidos por África. Todos já percebemos o caos latente que está instalado.

Em terceiro lugar, foi igualmente claro sobre o combate à corrupção e a falsidade dos países Ocidentais que incentivam o combate à corrupção, mas depois “jogam” para ficar com os proventos. Aliás, não houvesse os adovgados, consultores e bancos suíços, portugueses, etc, nunca a corrupção em Angola teria atingido o grau de atingiu. Eles foram os facilitadores da corrupção.

Finalmente, a referência a Higino Carneiro, foi útil e esclareceu. Agora cada um que retire as conclusões que quiser e tome as posições que desejar.

Na verdade, entendemos que a sucessão em 2027, tem de ser mais do que uma mera eleição. Deve ser um momento de aprofundamento da mudança, com uma Nova Constituição, uma Nova República e uma nova forma de estabelecer as lideranças e a governação do país.