Angola está embalada num estado febril generalizado, salvo raras excepções está faltar essência de angolanidade, e alma empenhada nas nossas raízes ancestrais e nas nossas memórias de um percurso sofrido, mas também ele vencido com sangue, suor e lágrimas.
Políticos, juízes, académicos, sacerdotes, arrastaram o País para um nível social e intelectual tão vulgar, que contagiam a política para uma ausência de rigor, ética e moral, que nos coloca em confrontos mesquinhos uns com os outros. Até as Ordens que deveriam resguardar-se na excelência, entraram no jogo, comprometeram o seu papel de árbitros, é mais um pilar da Sociedade Civil que mergulhou no rídiculo.
A par do problema irresolúvel da demografia, cabe-nos a todos meditar e elevar o nível dos relacionamentos em Angola, é imperativo começar pelo respeito pelas instituições, e interiorizar que não temos de ser perfeitos numa Nação em construção.
Creio mesmo que a questão demográfica só tem resolução através de um rasgo, aqui já lançado o repto pelo meu director Anselmo Agostinho, ou seja a criação de uma Nova Cidade Capital para o País, a exemplo de tantos outros que o fizeram com êxito, temos mesmo o exemplo de Brasília.
A Política tem obstaculizado o surgimento de mais iniciativas culturais, Angola tem uma riqueza imensa nas artes, música, falta promoção na literatura, temos tradição no desporto, há que perder a timidez e com arrojo seguir em frente.
Julgo haver consenso que os Partidos políticos não respondem aos anseios dos cidadãos, as lideranças são ocas, não convencem ninguém como alternativas, isto é maus mesmo para quem governa, e é pior ainda quando a Oposição tenta esconder as suas fragilidades com mentiras e insinuações, que se repetem até à exaustão.
Morre-se na estrada miseravelmente, o índice de crimes passionais é demasiado elevado, o desrespeito à autoridade banalizou-se, há dois elementos explosivos que dão colorido a este triste retrato, a desvalorização inconsciente da vida, a demasiada liberdade concedida pela benevolência do Estado e da família.
Se cada um de nós refletir e partilhar com o próximo, com certeza vamos mudar, quanto mais conhecimento adquirimos, mais respeito temos por tudo que depende de nós.
“A Esperança não murcha, ela não cansa,
Também como ela não sucumbe a Crença,
Vão-se sonhos nas asas da Descrença,
Voltam sonhos nas asas da Esperança.”