Doença ‘tala’ ganha protagonismo em tela nacional

ByTribuna

3 de Julho, 2024

O filme “Tala” do cineasta angolano Henrique Narciso, também conhecido como “Dito”, estreou na passada semana na televisão pública angolano. O documentário dramatiza histórias reais de pessoas que foram vítimas da doença conhecida como “tala” em Angola.

De acordo com o cineasta, o filme é baseado em depoimentos de pessoas que relataram suas experiências com a doença, desde a contração, evolução dos sintomas, desenvolvimento e busca pela cura. Para isso, Dito realizou uma investigação aprofundada sobre o fenómeno, colectando testemunhos de especialistas como psicólogos, sociólogos, curandeiros, quimbandeiros, terapeutas tradicionais, sobas, pastores e médicos da medicina convencional.

O objectivo do filme é trazer à tona um assunto muito debatido, porém ainda envolto em muitas dúvidas na sociedade angolana – a existência da “tala”. O cineasta considera esse um fenómeno místico e maléfico que vem destruindo famílias no país de forma silenciosa. Portanto, ele decidiu levar essa história para as telas de cinema, a fim de mostrar, sem tabus, do que se trata essa doença na realidade.

As filmagens foram realizadas no Mercado dos Kwanzas, no famoso “Beco 7”, local muito frequentado por pessoas em busca de feitiços, mudar de vida, amaldiçoar alguém ou adquirir medicamentos tradicionais para curar doenças.

O documentário “Tala” foi produzido pela EHN-Produções, com o apoio da Televisão Pública de Angola (TPA), onde Dito trabalha há mais de 20 anos. Inicialmente, o filme estreou num dos festivais de cinema da capital angolana, e agora é exibido para o grande público na TPA.

Além disso, o realizador buscou dar oportunidade a novos atores, apostando em figuras menos conhecidas do cinema angolano, além de algumas já consagradas. Dito também tem outras propostas cinematográficas em carteira, como “Assalto em Luanda III”, “Homem branco”, “A moça”, “Manga de 10” e “Angola”, este último retrata as belezas naturais e costumes do país.