Quando o bacharel Adalberto tenta ser algo que não é (um político consistente e com ideias), o certo é sair confusão. E confusão é o que saiu do seu recente discurso à Omunga.
A primeira confusão é sobre o sistema político em Angola. O bacharel afirma algo de espantoso, explicando, mal, que é um sistema em que um governo pode governar sem ter uma maioria no parlamento. Alguém aconselhou mal o bacharel. Em todos os regimes presidencialistas, como o angolano, o Presidente não precisa, necessariamente, de maioria no Parlamento para governar. Veja-se o caso dos EUA onde quase sempre desde a Segunda Guerra Mundial a maioria do Parlamente não correspondeu ao partido do Presidente.
À confusão jurídica junta-se a trapalhice histórica. Segundo o bacharel, é à UNITA que se deve a democracia e o estado de direito em Angola. Disparate rotundo. Se assim fosse, em 2002, o MPLA teria instituído um estado autocrático e não enveredado até hoje pela tentativa de criação de um estado democrático. Não teria havido eleições em 2008, 2012, 2017 e 2022, e uma Constituição democrática em 2010.
O facto é que a UNITA participou nestes processos, os seus deputados exerceram funções, votaram contra ou a favor de inúmeras leis. Hoje pretende destruir essas conquistas com a sua constante sublevação.
Finalmente, o bacharel continua com o seu hábito de levantar falsas suspeições sem provas e documentação. O que é a invasão religiosa e cultural em curso em Angola? Que fábricas de bitcoin fala? Que execuções sumárias aconteceram? Parace a história do bilião que o MPLA gastou na campanha. Uma afirmação ignóbil sem qualquer prova até hoje.
O bacharel continua um vazio.