Cinco tendências globais na Saúde segundo o Fórum Económico Mundial

ByTribuna

7 de Outubro, 2022

Segundo o Fórum Económico Mundial (FEM) na área da saúde existem 5 grandes Tendências Globais que vão orientar o futuro da saúde no mundo, são elas:

1. Os custos com cuidados na saúde vão chegar a níveis insustentáveis

Os custos envolvidos no cuidado à saúde ultrapassaram o crescimento económico numa média de 2% nos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) e as economias em desenvolvimento estão a começar a enfrentar desafios semelhantes. De acordo com o FEM, em 2022, até um terço de todas as despesas de saúde globais ocorrerão em economias em desenvolvimento. Esta subida nos custos fará com que o sector passe por uma grande transformação, principalmente na forma como os stakeholders públicos e privados agem para prestar cuidados de saúde.

Uma nova abordagem baseada em soluções rápidas, visionárias e que desenvolvam parcerias entre os players de saúde permitirá criar, em especial nos países em desenvolvimento, sistemas de saúde mais focados em resultados, sustentabilidade financeira e na satisfação das pessoas.

2. A Indústria da Saúde não pode entregar saúde sozinha

Por motivos que incluem a falta de trabalhadores qualificados e o desequilíbrio dos investimentos entre cuidados agudos de saúde, cuidados primários e cuidados domiciliares, o sector da saúde pode enfrentar limitações em particular quando se trata de prevenção da população e de customização médica para cada paciente. É este último factor que pode permitir uma mudança radical na antes tradicional indústria da saúde, activando o empowerment individual e o acesso a dados e informações individuais dos pacientes que permitirão a customização de serviços médicos para cada indivíduo.

Segundo a Rock Health, um importante fundo de Seed e Venture Capital, o sector da Venture Capital investiu US$ 2,3 biliões de dólares em empresas de saúde digital no primeiro semestre de 2014. A Rock Health identificou as 6 principais tecnologias na saúde a serem financiadas: softwares para administrar o pagamento de seguros (US$211 Milhões); recolha de dados e análise de informações (US$ 196 Milhões); ferramentas para consumidores adquirirem cuidados e planos de saúde ( US$ 193 Milhões); softwares para ajudarem os provedores de saúde a acompanhar a saúde e o tratamento eficaz dos pacientes (US$162 Milhões); e softwares para adequar os tratamentos médicos às informações genéticas dos pacientes (US$150 Milhões).

3. O Smartphone vai ser uma das ferramentas mais poderosas para o acesso à Saúde.

Eles serão utilizados pelos pacientes para acessar as informações em tempo real sobre a própria saúde e terão acesso a registos médicos completos, comportamentos ligados ao estilo de vida, dieta, actividades físicas e adesão ao tratamento. Além disso, os smartphones serão um dos mais importantes instrumentos médicos para os profissionais da saúde.

4. A Saúde dominará as 10 principais tecnologias emergentes.

Nos últimos anos, cerca de metade das 10 melhores tecnologias emergentes elencadas pelo FEM tem relação com a Saúde ou irá impactá-la de forma significativa, como por exemplo, as novas gerações de robótica, inteligência artificial, engenharia genética, tecnologias vestíveis (wearables), entre outros.

5. Investir numa vida saudável gera retorno para o governo, para as empresas e para a sociedade

Um relatório recente do FEM e da área de Saúde Pública da Universidade de Harvard afirma que a Índia irá perder cerca de US$ 4,58 Triliões de dólares entre 2012 e 2030 por conta de doenças não transmissíveis e transtornos mentais, praticamente o dobro do PIB anual indiano.

Mas a Índia não está sozinha, outros países têm problemas parecidos. A vantagem no meio deste problema é que essas perdas podem ser evitadas através de intervenções de base populacional, proporcionando um retorno promissor sobre o investimento (ROI) tanto para o governo quanto para empresas e sociedade.

A prevenção é uma das melhores intervenções para melhorar a saúde populacional. De acordo com o FEM que analisou seis formas de intervenção voltadas para a prevenção de doenças não transmissíveis e seus respectivos ROIs (Return on Investment), os mesmos apontaram retornos que variaram entre 90% e 3700%. Além dos resultados serem significativos ao nível da economia, o maior bem de todos é o impacto positivo na saúde e na qualidade de vida da população.