Filipe Mukenga foi o grande vencedor do Prémio Nacional da Cultura e Artes- edição 2021 na categoria da Música. Este prémio é o corolário de uma carreira notável deste cantor, que ultimamente tem estado arredado dos grandes palcos, e que conta já com uma longa carreira de 58 anos.
O artista ficou muito feliz com o galardão, admitindo que tem um sabor especial para si, e que é muito importante as pessoas serem reconhecidas quando ainda estão vivas. Este prémio era ambicionado pelo cantor há muito tempo, e sem “papas na língua” Mukenga admitiu que é um prémio bem merecido.
Há um mês, o autor de êxitos como “humbi-humbi”, “Ndilokewa”, e “Eu vi Luanda”, reclamava mais reconhecimento pela sua obra musical e aproveitou também para solicitar apoio financeiro para o seu novo disco “Trinalidades”.
O cantor sente-se realizado por constatar que a sociedade não se distraiu em relação à sua obra e destaca que a atribuição tem especial importância, porque pode ver, sentir e viver. “Tive a graça de ser galardoado em vida”, sublinhou o artista.
Filipe Mukenga, nasceu em 1949 na cidade de Luanda; por muitos considerado o “Rei do Jazz” angolano, começou a tocar em 1964 por influência dos Beatles. Colaborou com grupos como os Brucutus, os Indómitos, The Five Kings, The Black Stars, os Rocks, os Electrónicos, os Jovens e Apolo XI.
Por seu lado, o prémio de Literatura foi atribuído à escritora Amélia da Lomba, pelo conjunto da sua obra, que enaltece o cimentar da pureza espiritual dos ambientes urbanos e por uma estética que procura explorar a pertinência dos ritmos e movimentos combinados, sem perder de vista o contexto social, político e literário.
Quanto à categoria de artes plásticas, a escolha do júri caiu na artista plástica Ana Silva, sendo apenas a segunda mulher a receber este prémio nas últimas duas décadas. Referência também para o teatro, categoria que o júri decidiu consagrar o encenador e formador Rogério Ferreira de Carvalho, pelo conjunto de suas obras e pela sua contribuição para o desenvolvimento do teatro em Angola.
O Prémio Nacional de Cultura e Artes foi criado em 2000 e tem o propósito de galardoar criadores nas disciplinas de literatura, cinema e áudio visuais, artes plásticas, artes de espectáculos e investigação em ciências humanas e sociais. Representa uma expressão de celebração e reconhecimento de excelência, da entrega, da dedicação, do espírito criativo, do trabalho constante e do testemunho de carreiras marcantes, dignas da mais alta distinção do Estado angolano.