Martinho da Vila volta a reviver ritmos angolanos

ByTribuna

19 de Novembro, 2021

Martinho da Vila é um dos cantores e compositores mais consagrados da música popular brasileira, tendo-se evidenciado sobretudo nas composições ligadas ao samba carioca, um dos géneros musicais mais apreciados em Angola.

Quem não conhece as músicas bem alegres e apaixonantes ‘Devagar, Devagarinho’, ‘Canta, Canta, Minha Gente’, ou o incontornável hino ‘Mulheres’?

Presentemente, pode já não ter a energia de outros tempos, afinal de contas, este artista de sorriso fácil e alegria contagiante já ultrapassou os oitentas.

Contudo, o seu coração voltou a “bater” com ritmos angolanos, e um novo single está para ser lançado neste mês de novembro, de seu nome ‘Semba africano’. Não é a primeira vez que Martinho da Vila se debruça em sonâncias angolanas.

Em 1977, quando lançou o álbum ‘Presente’, o artista apresentou ao seu público a canção angolana ‘Muadiakime’, gravada pelo cantor carioca com Bonga, parceiro de Landa na composição dessa música que ganharia registos posteriores nas vozes de Alcione e de Mart’nália.

Oito anos depois, ao lançar o álbum ‘Criações e Recriações’ em 1985, Martinho voltou a visitar o ritmo angolano em ‘Semba dos ancestrais’, numa parceria do compositor com a violinista Rosinha de Valença.

Agora, em finais de 2021, o novo single que Martinho lança, reforçando as comemorações do Dia da Consciência Negra no Brasil – é a junção dessas duas antigas músicas inspiradas por Angola, ‘Muadiakime’ e ‘Semba dos Ancestrais’.

A grande novidade é que o cantor cai no semba ao lado da sua filha mais nova, a artista Alegria Ferreira.

Gravado com a sua alegria inigualável, o single ‘Semba Africano’ integra o álbum ‘Mistura Homogénea’, que está previsto ser lançado no primeiro trimestre do próximo ano.

Este fascínio do artista por Angola, ficou bem mais latente desde o momento em que fez uma viagem a Angola no longínquo ano de 1972. Nessa visita, ele diz ter realizado um “grande sonho”: conhecer o país de onde vieram seus bisavós.

“Tive a certeza da minha ancestralidade angolana com o estado emocional em que fiquei quando estive em Angola pela primeira vez e pelas vibrações que sinto até hoje, quando piso naquele solo”. Estas e outras reflexões sobre Angola, podem ser apreciadas no livro “Martinho da Vila – Kizombas, Andanças e Festanças”.