Foi num ambiente de extremo pesar e consternação que o nosso extraordinário artista, Jacinto Tchipa foi levado para a sua última morada, onde irá fruir do eterno repouso, justamente merecido. Os restos mortais do cantor já se encontram no cemitério de Benfica, em Luanda.
No dia do seu enterro, o ambiente que pairava no cemitério era de desolação e choro. No exterior, muitos dos admiradores e fãs de Tchipa, homenageavam-no cantando vários dos seus grandes êxitos, retirados nos discos “África”, “A Cartinha da Saudade”, “Sissi Ola” e “Reconstrução Nacional”.
O MPLA, recordou o músico e compositor angolano como um excelente cantor, e um dos grandes promotores da defesa da pátria angolana. “Jacinto Tchipa, representou uma sumidade da geração de músicos que num momento difícil da vida do povo angolano, marcada pelo conflito armado, combateu ao som dos acordes, ritmos, melodias e harmonias, cujos conteúdos elevaram a consciência nacionalista dos angolanos, promovendo o apurado sentido de defesa da pátria angolana”. Este pequeno trecho de nota de condolências emitido pelo Secretariado do Bureau Político do Comité Central do MPLA, foi corroborado por uma mensagem no velório, onde o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA), General António Egídio de Sousa Santos, recordou Jacinto Tchipa, como um homem de bom carácter e de mérito, o que lhe permitiu entre outras colocações um lugar na Assembleia Nacional, onde foi deputado pela bancada parlamentar do MPLA.
Tchipa nasceu em Caála, na província do Huambo, e notabilizou-se a partir de finais dos anos oitenta, quando venceu de forma consecutiva duas edições do Top dos Mais Queridos (1986 e 1987), organizado pela Rádio Nacional de Angola.
O músico que antes de falecer era reformado como coronel, continuou a sua carreira de sucesso na década de 90, tendo desempenhado por essa altura um papel muito importante no acalentamento e reconforto dos soldados que lutavam na guerra, sonhando juntamente com eles pela concretização da paz para o povo angolano.
O ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Filipe Zau, exortou os angolanos a prestarem mais atenção aos feitos daqueles que muito contribuíram para o engrandecimento da música angolana.
Além de músico, Tchipa foi oficial das FAA, tendo falecido aos 63 anos, vítima de problemas cardíacos, de que já padecia há alguns anos.
O cantor pode ter deixado este mundo prematuramente, mas a sua voz nunca se calará para o povo angolano.