Presidência angolana na CPLP dá os primeiros passos

ByTribuna

30 de Setembro, 2021

Ao assumir a presidência da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), Angola já começou a definir a sua estratégia nesta organização internacional. À margem da última Assembleia Geral das Nações Unidas, o Ministro das Relações Exteriores, Téte António presidiu uma reunião com os seus congéneres dos restantes países membros da Comunidade.

De acordo com o ministro, a reunião teve o objectivo de definir concretamente os próximos passos a serem dados. Naturalmente que a vertente económica, que é uma das prioridades da presidência angolana, foi um dos temas abordados, contudo foi lembrado que só se pode avançar neste plano, se forem disponibilizados os instrumentos adequados. Uma das propostas, já tinha sido avançada por Angola na reunião que decorreu em Luanda na última conferência da CPLP (ver: CPLP aproxima-se dos cidadãos e Angola assume a presidência- https://tribunadeangola.org/?p=4877). Essa proposta, lançada pelo Presidente João Lourenço, que passa pela criação de um quarto pilar nos objectivos da organização – o económico e empresarial – visa o estabelecimento de um banco da CPLP. 

Este encontro dos ministros dos negócios estrangeiros da CPLP, serviu também para estipular a forma como a organização se deve relacionar com a comunidade internacional. Uma vez que vão decorrer alguns fóruns internacionais extremamente importantes, seria significativo unir os interesses de todos os estados-membros em torno das posições a serem defendidas nestes encontros internacionais, acrescentou Téte António.  Assim, foi analisada a participação da CPLP nos próximos fóruns internacionais, incluindo a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP-26), de novembro próximo em Glasgow (Escócia), assim como a II Conferência Internacional sobre os Oceanos que vai realizar-se em Portugal no próximo ano. Esta conferência será organizada conjuntamente por Portugal e Quénia e tem como propósito a implementação do Objectivo para o Desenvolvimento Sustentável nº 14, relativo à segurança marítima. Apreciável também, foi a notícia que a CPLP está a preparar a sua contribuição ao projecto de Tratado Internacional sobre as Pandemias, actualmente em negociação.

O ministro angolano, em nome da CPLP destacou por fim, que esta organização está alerta relativamente às lições tiradas neste período de pandemia da covid-19, especialmente no que concerne ao acesso às vacinas e a forma como os países em desenvolvimento foram marginalizados neste processo.  

Segundo fonte oficial da CPLP, um último aspecto a sublinhar, é o facto de Angola passar a ter representação diplomática permanente junto da organização, na cidade de Lisboa. Essa representação será liderada por Francisco Oliveira Encoge, que foi director do gabinete de Apoio à CPLP e PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) do Ministério das Relações Exteriores angolano.