Alemanha e Angola reforçam parceria tecnológica

ByTribuna

27 de Julho, 2021

Em momentos de despedidas é importante já deixar definidos os planos e linhas mestras relacionadas com o tipo de colaboração que dois estados devem desenvolver para o futuro. Naturalmente que um balanço sobre o passado não deve ser ignorado, especialmente se a relação entre os dois países tem sido vantajosa e profícua.

Isso tem sido evidente nas relações entre Angola e a Alemanha, todavia estamos em crer que o tipo de colaboração será muito mais estreito nos próximos anos, em especial na área tecnológica.

A chanceler Angela Merkel, a poucas semanas de deixar o cargo, após 16 anos a liderar os destinos germânicos, para além de deixar um legado importante não só a nível europeu, como mundial, no caso particular do nosso país deixa também a sua “pegada”.

Isso mesmo, foi lembrado na despedida do embaixador alemão em Angola, Dirk Lolke, que está em fim de missão, e que por esse motivo, foi recebido pelo Presidente da República João Lourenço (JLo) no Palácio Presidencial.

No rescaldo dos últimos três anos das relações bilaterais, o diplomata alemão lembrou as visitas de JLo a Berlim em Agosto de 2018, bem como a de Merkel a Angola no início do ano passado, tendo culminado na aceleração das ligações económicas entre os dois Estados.

Entre outros aspectos, destacou a vertente tecnológica, onde a parceria é uma realidade, dando como exemplo as turbinas hidoeléctricas instaladas em algumas das barragens no rio Kwanza que são de produção alemã.

No actual contexto, é fundamental a aposta na formação, daí que a parceria técnica da Siemens para a construção do Metro de Superfície de Luanda possa trazer grandes benefícios para a formação de quadros angolanos (Em defesa do Metro em Luanda- https://tribunadeangola.org/?p=4846). Aliás, Dirk Lolke aproveitou o ensejo para convidar os angolanos a estudar em universidades alemãs, afirmando que o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás concedeu 30 bolsas para estudantes de Geologia e Mineralogia, na Alemanha.

Como já foi realçado pelo Ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, uma considerável parte dos equipamentos utilizados para as barragens de Angola é fornecida por empresas alemãs, e a Siemens pode evidentemente desempenhar um papel crucial na modernização do sistema eléctrico.

Sem embargo ter havido uma dinamização nas relações bilaterais, a pandemia veio desacelerar os vários projectos que estão em desenvolvimento, assim as relações de trocas comerciais também ficaram um pouco aquém do esperado – 120 milhões de euros – apesar disso, o embaixador alemão recordou alguns dos principais projectos económicos, como a barragem de Caculo cabaça no Cuanza-Norte e o Metro de superfície de Luanda. Além disso, reiterou que a Alemanha está disposta a cooperar com Angola em matéria de combate à corrupção e repatriamento de capitais, através da União Europeia.

Relativamente ao projecto mais recente, uma eventual cooperação na produção de hidrogénio verde, a Alemanha deu a entender que poderá no futuro vir a ser um dos grandes países importadores (O hidrogénio pode crescer em Angola – https://tribunadeangola.org/?p=4556).