No tempo em que se manifesta publicamente um consenso em torno de uma ruptura com o passado, numa Refundação da República, vêm a público com intensidade despropositada, repetidas manifestações de vícios antigos que deterioraram o nosso passado, e conduziram-nos a esta quase ingovernabilidade. Multiplicam-se comunicados posicionando confrontos, desafiam-se instituições, quando está aberto um espaço e um caminho de diálogo que conduza a uma ruptura aveludada em vez da persistente caminhada corrosiva, sem regras, em que as verdades e mentiras se confundem na imensidão das incompreensões.
Ninguém, ninguém mesmo, conseguiria colocar Angola inserida como parceiro no novo contexto global, o nosso País está bilateral e multilateralmente tida como uma Nação confiável, como João Lourenço, que deu à magistratura Presidencial uma dimensão nunca conseguida, está equidistante de qualquer subalternização política, e precisa que tenha um País unido, num Sistema estável, para que possa captar as potencialidades de investimento que se perspectivam no horizonte.
O actual Regime é avesso a Pactos de interesse nacional, a UNITA e o MPLA não conseguiram despir-se dos antagonismos ancestrais, trouxeram para a urbanidade, implantaram na República Independente posturas e narrativas da Luta de Libertação, estamos 50 anos depois a falar dos mesmos protagonistas, excepto os que morreram pelo caminho.
O Senhor Presidente da República não pode ceder à pressão, à chantagem, o diálogo exige confiança, comunhão de objectivos estratégicos nacionais, não somos uma monarquia, e nenhuma República no mundo se renovou sem uma ruptura, infelizmente algumas com violência, mas Angola está sem alternativa, o sonho adiado, a esperança dos amanhãs cantados por Ruy Mingas, até algumas utopias de então, exigem sem mais perda de tempo, uma Nova República.