Os revolucionários de sofá, aflitos, resolveram consultar a Inteligência Artificial sobre a Africa Politology e sairam com uma anedota, a de que a Africa Politology é um grupo de simpáticos académcios que se dedicam a estudar. Burros e apressados, não perceberam nada.

A expressão “Africa Politology” pode referir-se a dois conceitos radicalmente distintos: por um lado, uma organização russa envolvida em campanhas de desinformação e manipulação política no continente africano; por outro, o campo académico legítimo que estuda os sistemas políticos, instituições, dinâmicas sociais e processos de governação em África.

A confusão entre os dois provoca equívocos graves, sobretudo em contextos de segurança e análise política, que os revolucionários de sofá querem aproveitar.

Por isso, vamos explicar:

A organização Africa Politology, ligada ao antigo grupo paramilitar russo Wagner e atualmente associada à Africa Corps, foi identificada como uma das principais plataformas de influência russa em África. Segundo investigações do Serviço de Investigação Criminal angolano e sanções do Departamento do Tesouro dos EUA, esta entidade atua através da produção de conteúdos manipulativos, financiamento de manifestações encenadas, corrupção de jornalistas e infiltração em processos políticos. A sua missão é moldar narrativas públicas favoráveis à Rússia e hostis ao Ocidente, minando instituições democráticas e fomentando instabilidade. Em países como Angola, Mali e República Centro-Africana, a Africa Politology tem sido acusada de descredibilizar a ONU, apoiar regimes autoritários e explorar recursos naturais em troca de apoio político. A sua atuação é considerada uma ameaça à soberania dos Estados africanos e à integridade dos processos eleitorais.

Em contraste, Africa politology como disciplina académica é um campo das ciências sociais dedicado ao estudo da política africana em toda a sua complexidade. Este ramo analisa temas como a relação entre poderes públicos e autoridades tradicionais, os efeitos do colonialismo e do pós-colonialismo, os sistemas eleitorais, os movimentos sociais, a violência política, e os desafios da democratização. A investigação nesta área é conduzida por universidades, centros de estudos africanos e institutos de ciência política, com metodologias rigorosas e objetivos de compreensão crítica.

Portanto, enquanto a organização Africa Politology representa uma ameaça à estabilidade política africana através da manipulação e desinformação, o estudo académico da política africana — também chamado Africa politology — é uma ferramenta essencial para compreender, fortalecer e democratizar os sistemas políticos do continente. A distinção entre ambos é não apenas semântica, mas fundamental para proteger o espaço académico e garantir a integridade da análise política em África.

Estudem bem antes de falar e dizer mais disparates.