Sul de Angola beneficia de incentivos à produção agrícola

ByTribuna

1 de Abril, 2021

Quando se discute sobre o sul de Angola e se escrutina as notícias que vão polvilhando a imprensa, algumas características pululam logo na nossa retina. Uma larga maioria delas evidenciam a pobreza extrema que existe no Cunene, Cuando Cubango, ou outra província vizinha, geralmente provocada por longos períodos de seca e desemprego sistémico, ocasionando infelizmente, o cenário inevitável da fome em alguns lares angolanos.

Não obstante esta realidade, deparamo-nos agora com boas novidades nas mais recentes informações veiculadas pelo governo. O executivo, através da Comissão Económica do Conselho de Ministros anunciou a aprovação de medidas que visam incentivar a produção agrícola, controlo de preços e mais acesso à água, nas zonas onde as populações são mais afectadas.

A Comissão deu a entender que o Executivo está bastante preocupado com esta região, e que este tipo de iniciativas irá ter o devido acompanhamento, uma vez que milhares de pessoas, especialmente jovens, estão a atravessar a fronteira para a vizinha Namíbia em busca de alimentação e trabalho, aceitando muitas das vezes qualquer tipo de actividade, em troca de apenas uma mera refeição. 

Na passada terça-feira, o Conselho de Ministros através de um memorando de entendimento manifestou as suas intenções prevendo “a atribuição de insumos agrícolas, disseminação e vulgarização da prática de culturas de raízes e tubérculos como mandioca e batata doce nas regiões com severa seca, distribuição de pequenos equipamentos de rega, reabilitação e construção de pequenos e médios esquemas de regadio, introdução de culturas forrageiras nas regiões semiáridas, construção de açudes e barragens, transvase dos rios e capacitação no uso de novas tecnologias e formas de maneio de gado nas comunidades pastorícias”.

Além disso, foi também aprovado um documento relativo aos bens alimentares com propostas de medidas “pontuais, temporárias e urgentes”, para a redução dos respectivos preços.  Algumas destas medidas são transitórias, mas de carácter urgente, designadamente as que promovem uma maior flexibilidade no processo de importação dos produtos da cesta básica; a realização de encontros de concertação com os principais produtores e importadores de produtos alimentares e criação de condições efectivas para a implementação da Reserva Estratégica Alimentar.