O Ministério da Justiça angolano continua a desenvolver actividades para localizar os bens da família de José Eduardo dos Santos. Tendo já feito solicitações judiciais às autoridades dos Emirados Árabes Unidos e das Ilhas Maurícias, o Ministério da Justiça enviou também um pedido de auxílio judiciário mútuo a Singapura.
O Ministério da Justiça angolano enviou um pedido de auxílio judiciário mútuo relativo à localização dos bens e contas bancárias de Isabel dos Santos, do seu marido Sindika Dokolo, falecido no ano passado, e do seu representante autorizado, o empresário francês de origem congolesa Konema Mwenenge.
No documento, o ministério especifica que Isabel dos Santos está a ser processada em Luanda, especificamente por desvio de dinheiro público.
Se Singapura, à semelhança das Maurícias e dos Emirados, não é conhecida pela rapidez em matéria de auxílio judiciário mútuo, o pedido angolano coloca as autoridades da cidade-estado numa posição delicada: a petrolífera nacional angolana Sonangol é um cliente muito importante do sistema fiscal e jurídico de Singapura, favorecido por todos os comerciantes de petróleo. A empresa estatal tem uma filial, a Sonangol Asia, em Singapura há quase vinte anos, com actividade nomeadamente na comercialização para a Ásia, principal importador de crude angolano. A Sonangol Asia foi inaugurada em 2004 por Elísio Ávila de Jesus Figueiredo, homem de confiança do ex-presidente angolano.
Depois da Sonangol, todos os barões da era dos Santos tiveram os seus bens domiciliados na cidade-estado. Foi o caso do General “Dino” cuja empresa Cochan foi associada à Trafigura através da joint venture DT Group.