O Ministério da Justiça angolano está a movimentar-se com muita intensidade nos tribunais estrangeiros com vista à devolução dos bens de Isabel dos Santos.
Nas últimas semanas, os serviços de cooperação internacional do Ministério da Justiça angolano enviaram múltiplas requisições aos seus homólogos dos Emirados, das Maurícias e do Mónaco.
Nos Emirados, com os quais Angola procura uma aproximação acelerada, Luanda enviou nada menos que dois pedidos judiciais, um ao Departamento de Investigação Criminal do Dubai a outro ao Ministério da Justiça de Abu Dhabi. Estes dois pedidos judiciais destinam-se não só às empresas e contas bancárias de Isabel dos Santos, mas também do homem de origem congolesa Konema Mwenenge, eterno parceiro de Dokolo, o falecido marido de Isabel. O pedido enviado a Abu Dhabi também visa os bens do casal nos emirados de Sharjah e Ras al-Kaimah, os dois territórios menos regulamentados da federação.
No mês passado, o Ministério da Justiça angolano pediu ainda à Comissão Independente contra a Corrupção das Maurícias informação sobre as várias contas detidas pelo casal dos Santos / Dokolo num dos principais bancos da ilha, e que teriam beneficiado de transferências de estruturas domiciliadas em Cabo Verde. Angola é um parceiro que as Maurícias não podem descurar: o Fundo Soberano de Angola (FSA), um dos mais dotados do continente, tem vários canais na ilha.
Última jurisdição solicitada por Angola: Mónaco. Antes de se estabelecer definitivamente no Dubai, o casal dos Santos / Dokolo vivia entre Londres e o Principado, onde morava num luxuoso condomínio no prédio denominado “Little Africa”, assim denominado por causa do seu jardim interior rico em essências exóticas. Em virtude de terem diversas contas em bancos monegascos, o Estado angolano contactou os serviços do principado no mês passado para solicitar a sua cooperação.