Fez brado asinino um relatório duma consultora chamada Pangea que dizia que João Lourenço estava a ser investigado nos Estados Unidos. Imprensa angolana e portuguesa, sem pensar, nem verificar fontes, apressou-se a divulgar o relatório. Não vale a pena fazer comentários sobre a falta de escrutínio e objectividade da imprensa dos dias de hoje: saltam de suposta notícia para suposta notícia sem perceberem que estão a cumprir agendas de terceiros. Isto foi assim com o relatório da Pangea como é noutros casos.
É importante, apenas baseado em factos públicos, perguntar: o que é a Pangea?
A Pangea chamava-se até há pouco tempo ExxAfrica. A ExxAfrica é uma consultora especializada em informação. A sua sede é em Joanesburgo na África do Sul. Desde o seu lançamento em 2015, a EXX Africa especializou-se na análise de riscos políticos e económicos em África. Agora, com a denominação Pangea pretende também trabalhar no Médio Oriente.
A Pangea/ExxAfrica não é um órgão de Estado, nem um Organização Não Governamental (ONG). É uma empresa privada que tem clientes e obviamente recebe dinheiro desses clientes. Um dos principais clientes da ExxAfrica durante muitos anos apresentado na página web desta consultora como tal é o grupo Cochan do general Dino do Nascimento.
O líder da Pangea/ExxAfrica é Robert Besseling. Certamente, por coincidência, as suas análises são sempre críticas de João Lourenço. Logo em 2018, quando o novo Presidente angolano gozava de indesmentível popularidade junto do povo angolano, Besseling afirmava que tinha a acabado a “lua-de-mel” entre o Lourenço e o povo. Em 2019, tentava incluir Angola no escândalo das dívidas de Moçambique. Em 2020, anunciava que as reformas do Presidente iriam originar greves e protestos.
Estes são os factos. Cada um que retire as conclusões.