É o título do melodrama que decorre amanhã em Luanda, no Hotel Épic Sana, da companhia de teatro Dos Santos, encenado por João Soares, coreografado por Rosado de Carvalho, com a interpretação melodramática do bacharel tirano psicopata intrujão Adalberto Costa Júnior “Betinho”.
Os sapatos foram feitos à medida para impressionar o brilho nos pés, na cabeça nem a maquilhagem oculta o rosto triste e cansado do desgaste aterrador de um triste fim anunciado. O investimento é grande, com antecedência, nas redações em Lisboa, para leitura dominical, já circula o texto de introdução da peça, onde o “Betinho” é exaltado como bom aluno, cumpridor e pontual, dos textos minuciosamente preparados a condizer com os sapatos à medida.
Na plateia, fazendo jus ao cachet, Rosado de Carvalho tem os peões com perguntas à medida, milagres para suprir catástrofes, minas de ouro nos quintais, uma tempestade de diamantes e uma inundação de petróleo, transformando Angola como o paraíso na terra.
Lido o texto, nele se proclama perante o caos uma mudança do dia para a noite, o futuro irá mesmo erguer um santuário no SOVISMO, para adoração ao milagreiro “Betinho”.
Como é um evento para vender ao mundo e justificar os financiamentos especulativos, nem o SOVISMO serviu para a efeméride. teve de ser num hotel de luxo, afinal vai lá estar a oligarquia déspota e todos os bajuladores contagiados pelo ódio a João Lourenço.
Angola debate-se com problemas sérios que se arrastam, consolidam-se, e que a Oposição alimenta com este elitismo quase pornográfico, João Lourenço está a enfrentar situações prementes, condicionadoras do desenvolvimento, e nem no seu MPLA tem encontrado a harmonia exigida para consolidar a mudança, hoje temos um País com uma dimensão cultural, tradicional e secularmente rural, transformado em metrópoles ingovernáveis,com efeitos perniciosos na base estrutural da sociedade, a Família.
Cada vez mais, com iniciativas como esta no Épic Sana, se alimentam incompatibilidades e se erguem fronteiras que impossibilitam o diálogo, cabe, como solução inadiável, ao Senhor Presidente da República, alicerçado na coesão das Forças Armadas e na fonte da Inteligência Nacional, rasgar caminhos para tornar mais visível o rompimento com o passado, e proclamar uma Nova República, livre, democrática e fraterna.
Impõe-se a dissolução do Parlamento, a marcação de eleições para uma Assembleia Constituinte, com novos Partidos de matriz ideológica formalizados durante uma ano, discutir e aprovar uma Nova Constituição durante um ano, e de seguida eleições gerais para o governo nos moldes em que a Nova Constituição adoptar. Até lá, com prazos bem definidos, teremos um Governo de iniciativa presidencial até que com a Nova Constituição tome posse o primeiro governo da Nova República.