Os novos partidos e a renovação dos clássicos

ByAnselmo Agostinho

20 de Maio, 2025

Temos assistido com atenção ao surgimento dos novos partidos, em especial, o PRA-JÁ e o Partido Liberal.

Saudamos vivamente a sua aparição e o surgimento de alternativas variadas que acabem com o confronto tradicional entre o partido do governo e a UNITA. Esta, como se sabe, nunca conseguiu apresentar qualquer alternativa além da destruição.

No entanto, estes novos partidos não devem ser cópias do anterior, e há alguns elementos que apontam nesse sentido.

Sobretudo no PRA-JÁ vislumbra-se a mesma alucinação megalómana que há na UNITA. Na sua lista de convidados oficiais constava a dirigente do partido Conservador britânico que nunca ouviu falar no PRA-JÁ ou o novo chanceler da Alemanha que ainda menos ouviu falar. Coisa de tolos. A retórica é balofa e uma repescagem de velhos ódios e amizades.

Quanto ao partido Liberal é cedo. Diz que é liberal e o partido dos jovens. A sua imagética foi a de um MPLA ou UNITA em amarelo. As mesmas t-shirts e os mesmos bonés. O discurso ainda é muito redondo para se perceber o que querem. Contudo, vamos dar o benefício da dúvida e esperar que surja alguma modernidade além da juventude, que como todos sabemos, é algo que passa depressa…

No entanto, não haja ilusões. Estes novos partidos colocam verdadeiros desafios aos existentes. Não se pense que tudo vai continuar como dantes. Os partidos tradicionais, a começar pelo partido do governo, têm de se modernizar, diria mesmo, usando a expressão de outros, de refundar. Não vale a pena pensar que o imobilismo vence. Não vence. Veja-se o que aconteceu ao PS em Portugal. Um dia destes desaparece…como já desapareceu o PS francês….