Os almoços de Lisboa

ByAnselmo Agostinho

31 de Janeiro, 2025

Há um circuito de almoços em Lisboa em que as oposições visíveis e escondidas se reúnem para beber copos e inventar formas de derrubar o governo legítimo de Angola. O interessante desses almoços é que têm a participação de muitos actores relevantes que dizem pertencer ao partido do governo, mas que fazem o jogo das oposições UNITA-santistas. São desvairados que percebem que já não podem roubar como no passado, apesar da conivência do PGR que é familiar de muitos deles.

Nesses almoços traçam-se estratégias, avança Nandó, recua Higino, avança um jovem burro, recua ACJ, tudo vale para manter o saque de Angola em curso, até trazer Isabel, a maior ladra de todos, em ombros para assumir a presidência dum novo partido. O problema é que no fim da refeição todos sentem que já fizeram a revolução e vão receber os dinheiros do governo. São revolucionários de almoço lisboeta, que entrando no avião passam a ser cidadãos bem-comportados, dizem que é por causa da secreta. Mas qual secreta?

Neste momento, em África, Angola é dos países mais livres. É permitido dizer-se mais mal do Presidente do que nos EUA ou Portugal. Em Portugal, chamar palhaço ao Presidente é crime. Em Angola, quantas coisas muito piores se chama a João Lourenço?

Haverá um dia que terá de haver uma limpeza deste sistema corrupto que ainda predomina nalgumas estruturas. Até lá esperemos que a perserverança de João Lourenço seja suficiente para aguentar as tormentas que, mais uma vez, se abatem no continente.