Num assumo abençoado de magnanimidade Sua Excelência o Presidente da República, antecipando o cinquentenário da nossa Independência, concedeu por Decreto Presidencial, o Indulto a 50 cidadãos privados de liberdade.

Um gesto de compaixão, de partilha, imbuído desta quadra natalícia em que os corações cristãos soltam o perdão e abençoam o retorno do bálsamo que une a família à volta de uma estrela que ilumina a alma e amolece e aconchega o espírito.

Há um longo caminho a percorrer para sarar desavenças, reconciliarmo-nos com os outros e connosco mesmos, esse caminho erguido por barreiras invisíveis que tanto dividiu ricos e pobres, começou a esbater-se na dinâmica que o mundo entendeu e apoiou, e que nós angolanos começamos a sentir, mas este gesto magno de João Lourenço deve ser entendido como uma partilha que todos os angolanos devem abraçar na valorização da nossa cidadania.

Angola é única, é dos angolanos, temos à nossa volta um mundo agitado em conflitos que geram verdadeira miséria, cada vez mais desigual, com descontentamentos generalizados nos quatro cantos do mundo.

Não nos deixemos iludir pelo consumismo iluminado que nos jogam pelos olhos adentro, são máscaras de uma servidão encapotada, são alienações e dependências que deixam milhões perdidos pelo caminho, pela ilusão e pelo sonho.

A liberdade dos indultados falam-nos do regresso ao seio da família, alicerce que suporta todas as tempestades da vida, é um pedacinho de Deus em cada um de nós com quem partilhamos no silêncio todas as nossas preocupações e desejos.

Vem aí um Novo Ano, um tempo novo, momento de muitos recomeços, é tempo de valorizarmos a dignidade humana, darmos valor à vida, respeitarmos o espaço alheio e o colectivo, dar vez à Ordem Pública e respeitar as instituições em benefício de todos.