Os jornalistas não são advogados, os advogados não são juízes. Os jornalistas devem informar com imparcialidade e os advogados defender o seu cliente ou atacar a parte oposta.
Portanto, aquilo que os advogados dizem num julgamento criminal não é um facto objectivo que não precisa de confirmação neutral. É uma posição parcial de defesa de cliente que necessita de ser verificada para ser apresentada como facto real.
Isto vem a propósito do barulho já estabelecido a propósito do início do julgamento dos cidadãos Kopelipa e Dino amanhã. Os advogados já vieram dizer que o julgamento não pode começar amanhã, e os jornalistas reproduzem acriticamente essa posição como se fosse um facto indesmentível. Não é. É apenas a posição da defesa para tentar adiar o julgamento, a velha técnica dos advogados em Angola e Portugal, adiar, adiar, e adiar. Os advogados estão a fazer o trabalho deles.
Quem não está a fazer o trabalho são os jornalistas que publicam tudo sem qualquer verificação ou validação, servindo, eles próprios como advogados de defesa.
Jornalistas não são advogados, advogados não são jornalistas. Um é parcial outro imparcial.