Os Pequenos Gestos

ByKuma

4 de Dezembro, 2024

Num momento que o Senhor Presidente da República está intensamente absorvido numa multiplicidade de afazeres, com um Parlamento inoperante e alheio ao País, tomado por banalidades e gestos carnavalescos, também não escutamos nada que provenha de um ministro ou uma iniciativa concreta das tantas organizações da Sociedade Civil, que parece perdida numa luta contra o vento.

Há pequenos gestos com consequências positivas multiplicadores de mais valias, é aqui que me atrevo a fazer um apelo ao Chefe de Estado, no sentido de facilitar, ainda que por um período de tempo determinado, o surgimento do escoamento dos excedentes das províncias que não conseguem chegar à capital.

Um camião na Europa ao fim de 10 anos está novo, circulam apenas em auto estradas, são assistidos regularmente, e são exportados para todo mundo a preços invejáveis, já que é obrigatório a renovação de frotas devido a exigências ambientais. Ora a Lei em Angola só permite a importação de viaturas pesadas até 5 anos, o que resulta na incapacidade de importação de muitos angolanos que desejam montar o seu negócio pessoal ou familiar. Nesta fase de franco desenvolvimento, em que o próprio Corredor do Lobito vai recuperar muitos ramais desativados, poderia haver uma Lei que permitisse importação de camiões e reboques frigoríficos com idade até 10 anos, aplicando uma taxa razoável para legalizarem Angola, acompanhada de Seguro obrigatório. Isentar também de quaisquer taxas a importação de alfaias agrícolas, por exemplo durante dois anos.

Um camião novo custa muito dinheiro, os juros são insuportáveis, sufocam o começo dos pequenos negócios, Angola necessita de transportes, já tem empresas de logística,em todos os países, mesmo na Europa e Estados Unidos, este é negócio que mais promove uma harmonização demográfica e pode dar corpo aos municípios.

É apenas uma humilde opinião, já que forçosamente a dinâmica que está a ganhar embalagem dia a dia, traz-me a recordação do pulsar do meu chão, os Silos do Grémio do Milho, únicos em África, No Longonjo e Caála, e os grandes armazéns do Ukuma, Chinguar e Catchiungo, não davam vazão a auge das colheitas, além do trigo, batata, alho, cebola e feijão Macunde.

É o tempo de não desperdiçar mais sinergias no supérfluo, está a despontar a terceira geração após a Independência Nacional, é tempo de passarmos um futuro mais próspero aos jovens que dele vão desfrutar.