O documentário “Canta Angola” da cineasta francesa Ariel de Bigault foi exibido no Hotel Globo em Luanda, como parte do projeto Cinéfilos & Literatus. O filme, parte da segunda edição de “Vida Breve, Arte Longa”, atraiu uma casa cheia de entusiastas do cinema, músicos e outros indivíduos interessados.
Este documentário, com duração de 59 minutos, teve como objetivo explorar as várias facetas e ritmos da música popular angolana, retratando a criatividade e a resiliência dos artistas numa terra devastada por condições difíceis. Também prestou homenagem a figuras significativas da música popular angolana.
Artistas em destaque e processo de produção cinematográfica: os artistas em destaque, incluindo Carlos Burity, Carlito Vieira Dias, Paulo Flores, Lourdes Van-Dúnem e Irmãos Kafala, expressam os sentimentos e aspirações do povo por meio de sua música. Suas canções ilustram o sofrimento do povo angolano, mas o ritmo fornece suporte para a esperança. Seja lenta ou rápida, a música traz alegria através da dança, com os músicos a expressar a energia de viver além da mera sobrevivência.
O documentário, filmado em janeiro de 2000, teve como objetivo preservar o conhecimento dos ritmos tradicionais angolanos para as gerações futuras. A cineasta enfatizou o papel essencial desempenhado pelos músicos participantes e pela equipa técnica para concretizar o projeto. Ariel de Bigault destacou a rica herança musical de Angola, levando-a a envolver músicos de diferentes gerações numa conversa sobre como a geração mais jovem está a continuar o trabalho iniciado por seus antecessores.
Num fórum intitulado “Música de Angola: Ontem e Hoje”, músicos como Dom Caetano, João Sabalo, Lito Graças, Isaú Baptista, Sacerdote e Benni partilharam as suas experiências e perspectivas. Por exemplo, Isaú Baptista discutiu como sua jornada musical começou na igreja, evoluiu através da música clássica e alcançou uma compreensão mais profunda da música angolana enquanto fazia parte da Banda Maravilha. Ele também mencionou a influência de outros músicos no seu desenvolvimento.
Dom Caetano encorajou músicos aspirantes a abordarem as suas carreiras com cuidado, enfatizando a necessidade de treinar e a experiência.
Já João Sabalo realçou a natureza diversa da música angolana, indo além do estilo semba, enquanto Lito Graça enfatizou a importância de entender as origens e a etimologia rítmica dos diversos estilos musicais do país, como o tchisosse, yatcho, bwuezena e outros.
No geral, este documentário fornece um retrato abrangente da rica paisagem musical de Angola, mostrando a resiliência, criatividade e diversidade de seus artistas e suas contribuições para a herança cultural do país.