Quem diria, até Isaías Samakuva apareceu, o Congresso da LIMA que se transformou numa feira de vaidades, onde as senhoras falavam de perfumes e toaletes, com a segunda esposa de Lukamba “Miau” Gato a dominar o conclave vendendo perfumes e perucas chegadas de Paris, e para a vencedora lhe beijar a mão se quiser ter um mandato sem pricopós.

Mas os generais de aviário que prepararam estratégias de véspera, marcaram presença, ocuparam espaço, porque os ódios de estimação precisam de ser estimulados e alimentados. E como amanhã começa já a disputa da liderança do Galo Negro, as novidades sucedem-se, mas já se vislumbram certezas.

Com a recusa de Nélito Ékuikui integrar a lista da oligarquia déspota familiar, e com Adriano Sapiñala, filho de Samuel Chiwale e afilhado de Ernesto Mulato, a dizer não também, Navita N’golo/Ekuva Estrela, filha de Manuvakola, terá como segundo da sua lista a terceira escolha, Liberty Chiyaca, sobrinho de Samakuva.

Triste e cabisbaixo está o capataz Kamalata Numa, o furriel que se afastou no dia da morte de Jonas Savimbi, para escutar o relato de futebol Sporting x Guimarães, do campeonato português. A este ninguém tira o estigma da traição.

A bandeira da campanha de Navita N’Golo/Ekuva Estrela, será a intransigência de afastar a UNITA da FPU, mesmo a lista de Samakuva, bastante forte, por enquanto em anonimato, também coloca de fora o mentiroso psicopata ACJ “Bétinho”. A guerra continua mesmo entre Lukamba “Miau” Gato e Eugénio “Renovado”Manuvakola e Samakuva apoiando a outra lista que, a meu ver, até agora, é a que tem mais apoio porque é encabeçada pelo mais prestigiado político e intelectual da UNITA neste momento.

O Partido é dos pais, filhos, irmãos, afilhados, sobrinhos, cunhados, tios, primeiras, segundas e terceiras esposas, eles que se entendam, Angola ficar-lhes-ia muito grata.

A famosa frase do romance “O Leopardo” de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, “É preciso que tudo mude para que tudo fique na mesma” parece a mais adaptada à realidade política que retrata a UNITA.