Nem sequer há democracia familiar, há uma hierarquia fundamentalista, uma tirania baseada no medo, e uma herança conquistada com sangue, com uma inquisição implacável, criando uma servidão voluntária, sustentada pelo assalto ao garimpo e outros saques de recursos do País, geridos tranquilamente pelo família Lukamba “Miau” Gato, Eugénio “Renovado” Manuvakola e Marcial “Sacristão” Dachala. 

Foram eles que colocaram o mentiroso psicopata ACJ “Bétinho” na liderança, obrigaram-no a ostracizar Isaías Samakuva, e deram abertura a Abel “Oportunista” Chivukuvuku, porque pertence à família e foi o primeiro escolhido para enfrentar Samakuva, mas não conseguiu.

Mas, na realidade quem manda na LIMA, que vai agora escolher a sua líder de fachada, é a segunda esposa de Lukamba “Miau” Gato, Felicidade Chipuka Paulo, estando mesmo na hierarquia familiar acima de Navita N’Golo/Ekuva Estrêla, filha de Manuvakola.

Na verdade aqui  temos dado a conhecer, com conhecimento próprio, Lukamba “Miau” Gato está na sombra porque é odiado nas bases do Partido, nomeou quatro irmãos generais,recebem reformas como tal, sem nunca terem pegado em armas, um insulto aos verdadeiros, e até o general Nunda, das FAA, obedecia ao “Niau”, disponibilizando muitas vezes aeronaves da Força Aérea para transportar doentes e falecidos da UNITA.

E num futuro não muito distante, vamos assistir à ascensão relevante, já no Congresso de 2025, de Lucy Lukamba, filha de Lukamba “Miau” Gato e da sua primeira esposa Violeta. De resto já assistimos Adriano Sapiñala, filho de Samuel Chiwale tirar lugar a Nélito Ékukui em Luanda, Liberty Chiyaca que é sobrinho de Samakuva,e o regresso da Navita do Huambo para preparar o assalto à liderança da UNITA.

Nada disto é novo, também há zangas irreconciliáveis no seio do Galo Negro, eles conhecem-se, ninguém bebe água em casa de ninguém com medo dos venenos e feitiçarias, mas a zanga de fundo, é que Lakamba “Miau” Gato vive até hoje na casa distribuída ao Presidente da UNITA na Vila Alice, e Isaías Samakuva nunca prestou contas dos activos bancários em Londres, onde Jonas Savimbi tinhas as contas e ele as procurações, e no regresso a Luanda já como líder eleito da UNITA, vendeu o terreno no centro de Luanda onde foi erguido o Hotel Skina, e ninguém viu a dinheiro.

Não por acaso, e por acaso até assisti a muitos destes imbróglios, sei que as bases estão fragmentadas, a UNITA tem uma organização clandestina, e não sabemos mais porque o medo silencia os descontentes, e os honestos, democratas, e intelectualmente inadaptados a estes jogos de bastidores, mas que temem represálias se revelarem outros caminhos. Parece mentira, mas Jorge Valentim e Jaka Jamba andaram nas lavras de castigo,e ainda hoje há escravidão e chicote em muitos quintais destes ditos senhores.

Precisamos resolver nossos monstros secretos, nossas feridas clandestinas, nossa insanidade oculta. Não podemos nunca esquecer que os sonhos, a motivação, o desejo de ser livre nos ajudam a superar esses monstros, vencê-los e utilizá-los como servos da nossa inteligência.

“Não tenha medo da dor, solte-se da escuridão e dos pesadelos que atormentam a cada desafio e consequente derrota”. Michel Foucault,