A Amazon demorou, mas decidiu entrar na dança da inteligência artificial. Segundo o Business Insider, a companhia está a trabalhar de forma discreta num projeto chamado “Metis” – nome que faz referência à deusa grega da sabedoria.

A ideia é criar um serviço de inteligência artificial que possa ser acessado pelos utilizadores directamente pelo navegador. É algo semelhante ao que a Microsoft está a fazer com a incorporação do ChatGPT, da OpenAI, no Edge.

O problema é que a Amazon não possui um grande navegador de internet. O Silk, lançado pela companhia em 2011, é voltado para o uso em dispositivos como Kindle e Fire Stick. A alternativa seria disponibilizar o novo serviço em navegadores de terceiros.

A Metis nasceu de um modelo de inteligência artificial desenvolvido pela Amazon chamado de Olympus (outro nome que faz referência à mitologia grega). Essa seria uma versão mais actualizada do modelo de IA já divulgado pela empresa, o Titan.

Com um hardware mais avançado, a Metis conseguiria criar conteúdo de texto e de imagem a partir da pesquisa do utilizador e de maneira conversacional. A assistente de IA também poderia responder às perguntas partilhando links e sugerindo novas pesquisas ao utilizador.

O plano da Amazon para se diferenciar de serviços de IA concorrentes, como o ChatGPT, é permitir que a Metis possa utilizar uma técnica chamada de “geração aumentada de recuperação” (RAG, na sigla em inglês). Essa técnica permite que a tecnologia gere respostas mais actualizadas para as perguntas dos utilizadores.

Isso seria útil para que os internautas possam questionar a assistente de IA sobre perguntas nas quais as respostas podem variar de forma dinâmica. Um exemplo é o valor do preço de uma determinada acção na bolsa de valores ou a valorização de determinado activo ao longo de um período.

A Amazon também entende que poderá usar a Metis como um “agente de IA”. Isso significa transformar a tecnologia numa assistente pessoal para os utilizadores e que seja capaz de, por exemplo, realizar funções que vão desde acender as luzes da residência (como a Alexa já faz) até organizar uma agenda de férias e reservar voos.

A questão é que a companhia criada por Jeff Bezos chega para a festa um pouco atrasada em relação às principais empresas de tecnologia da actualidade. Microsoft e Google já possuem iniciativas maduras neste contexto, e empresas como Anthropic e xAI, de Elon Musk, correm por fora na disputa.

Isso não parece ter desanimado a companhia comandada por Andy Jassy. O CEO, aliás, tem actuado directamente com o projeto de inteligência artificial e já afirmou que as iniciativas de IA da companhia estão no caminho para a geração de mais de US$ 1 bilião em receita anual para a Amazon.

A expectativa no longo prazo é de que esses ganhos se multipliquem para “dezenas de biliões de dólares” anualmente. Em 2023, a Amazon registou receita de US$ 547,8 biliões.

A projeção da Amazon é lançar a Metis nalgum momento do segundo semestre. A companhia trabalha internamente com uma tentativa de lançamento em setembro deste ano, quando a empresa realizará um evento para apresentar novidades da Alexa.