ANGOLA – Ontem, Hoje, Amanhã

ByKuma

22 de Junho, 2024

O imediatismo proporciona que o vazio ocupe espaço, mas o tempo e o cansaço trazem à tona a realidade, e quando não há substrato, o ruído, mesmo estridente, dissipa-se e ecoa para esquecimento.

Mais vale uma má verdade do que uma boa mentira, governar é passado, presente e futuro, e no modernismo digital está cada vez mais difícil as democracias sustentarem o Estado de Direito, só com harmonia entre os Poderes e com responsabilidade política, também da Oposição, se podem tirar dividendos e aproveitar os oportunidades.

Quando a Oposição nefelibata se apressa no desespero a insinuar saudosismo de José Eduardo dos Santos, é sinal inequívoco de uma mudança efetiva depois dele, e o que seria se nada tivesse mudado, teríamos uma Angola moribunda, tal qual João Lourenço a herdou.

Angola está na agenda do investimento internacional, esta semana tivemos dois acontecimentos assinaláveis, a abertura ao mundo através do reconhecimento do Protocolo da Malabo, e a visita do ministro dos negócios estrangeiros de Portugal a Luanda, ele que foi vice presidente do Parlamento Europeu, e carrega consigo não só a excelência do relacionamento de Portugal com Angola, a viver o momento de maior confiança recíproca, mas também o patrocínio da União Europeia no desenvolvimento do nosso País.

A África do Sul perdeu a neutralidade internacional e solidificou a instabilidade nacional, e há um caminho que vai ser obrigatório percorrer que só Angola, no âmbito da SADC pode liderar.

A União Europeia nasceu da visão de homens de Estado, Jean Monnet foi o ideólogo, e entre a Alemanha, França, Itália e Benelux (Bélgica-Holanda-Luxemburgo, foi feito o acordo do carvão e do aço, que posteriormente avançou para a CEE – Comunidade Económica Europeia, que deu lugar à União Europeia.

Precisamos de um acordo inicial no interior da SADC, um Tratado que dê lugar a uma Pauta Aduaneira única, livre circulação de pessoas e bens, liberdade de estabelecimento, com a criação de uma moeda única. Criar um quadro de exigência de adesão, para que seja simultaneamente um Projeto de Paz. Angola, África do Sul, Moçambique, Zimbabwe, Botsuana, Namíbia e Zâmbia, poderiam ser os co-fundadores.

Parece inusitado, um sonho, mas o futuro começou ontem, e África não pode ficar refém de picardias fronteiriças que dilaceram a confiança e dão-nos um estatuto de gente menor.

Há passos que têm de ser dados em simultâneo, daí a visão de João Lourenço na cena internacional, mas tem sido desolador a falta de investimento e iniciativa da classe empresarial angolana, não faltam oportunidades transversais a todos os sectores da economia.

A expressão da Oposição, seja ela política partidária ou política oportunista digital, está em queda livre, está gasta, repetitiva, também aqui se espera no âmbito da Nova República uma lufada de ar fresco, uma higienização, esperemos que o próximo Congresso do MPLA seja o momento de viragem, hoje fico com ideia de estar a ficar tarde demais.

Pela Nova República…!!!