Outro país, tal como a África do Sul, em que o divisionismo pode ser perigoso é Moçambique. A história conta-se de forma simples. O actual Presidente da República, Nyusi, remeteu para o anterior e seus apoiantes, Guebuza, toda a responsabilidade das dívidas ocultas, enviando vários aliados e familiares e aliados do ex-Presidente para a prisão. Guebuza, no entanto, ainda mantinha muito poder na Frelimo, o partido do poder, e com esse poder conseguiu vedar a indicação de Nyusi para a sua sucessão.
Neste momento, o actual Presidente da República está numa incógnita. Não sabe se o seu sucessor também o vai “lançar às feras” como ele fez a Guebuza, e, com isso, a Frelimo treme. Um partido anteriormente tido como dos mais homogéneos de África, está corroído pelas lutas internas entre actual e ex-Presidente devido à participação em actos de corrupção.
Também em relação a esta situação, as oposições angolanas tentam estabelecer paralelos e fomentar a discórdia. Também aqui se vão enganar. A pluralidade do partido do governo angolano não se traduz em facciosismo ou vinganças de grupos.
O caminho da unidade está a ser traçado com determinação enquanto a oposição se divide na enormidade dos egos que a compõem. São maiores os egos que os apoiantes.
Nem África do Sul, com as cisões do ANC, nem Moçambique com as facções presidenciais da Frelimo, são exemplos para Angola, onde predomina a unidade na pluralidade.