O torcicolo de Moco

ByTribuna

18 de Janeiro, 2024

Moco não sabe o que dizer aos 200 milhões que Isabel dos Santos roubou em menos de dois anos da Sonangol. Como ele estão os Unitas-ACJs. A bandidagem protege-os e eles protegem a bandidagem.

Por isso, Moco entretém-se com jogos de flores sobre a Constituição. Pelos vistos a Constituição era boa para Eduardo dos Santos porque era ponderado e magnânimo. Mas já não é boa para João Lourenço…Ora que brincadeira.

Ainda se está para escrever a biografia de José Eduardo dos Santos. Até lá ficam uns pontos. As purgas eduardistas dos anos 1980s/ o reforço permanente e sistemático dos poderes presidenciais até se tornar num césar sem freios nem limites. Santos não ganhou a paz, ganhou a guerra matando o opositor e perdeu a paz, condenando Angola ao saque dos seus comparsas (e de si mesmo e sua família). Presidiu ao maior saque da história do país. Mandou os opositores para os crocodilos. Nenhuma constituição o impediu de fazer o que quis.

Quanto à Constituição de 2010, são os novos amigos de Moco, ACJs, Unitas e avençados que recusam agora uma nova revisão. Querem esta constituição.

João Lourenço é um institucionalista. Respeita as instituições, dá espaço à crítica, ao funcionamento dos órgãos. Entregou a sua bandeira, o combate à corrupção, a órgãos autónomos e independentes dele.

Isabel dos Santos é uma fugitiva. Recusa-se a comparecer em tribunal. Esconde-se das autoridades. O problema de Isabel dos Santos não é um problema de Constituição, é um problema de direito penal.

E o problema de Moco não é um problema constitucional, é um problema de angústia existencial por querer ter sido o que nunca foi. Agora é tarde demais. Mas fica o desafio a Moco: redija uma proposta de Constituição e apresente-a ao público. Vamos ver o que sai!