Por estes dias, irrompeu no espaço mediático um Cláudio Dias dos Santos que anunciou ao mundo e arredores que quer ser Presidente do MPLA e Presidente da República, e se o MPLA não o deixar, funda um novo partido.
Pelo meio, este Cláudio vai deixando fortes ataques a João Lourenço, chamando-o mentiroso e outras coisas mais, além de, aparentemente, publicar mensagens de apoio a Augusto Tomás, Kopelipa e outros, afirmando que foram injustamente acusados de corrupção.
Este Cláudio Dias dos Santos é filho de Nandó, o antigo ministro do Interior, Vice-Presidente da República e Presidente da Assembleia Nacional. Além de ser filho, tornou-se conhecido por andar à pancada com o dono do Novo Jornal, um dos irmãos Madaleno, bem como por uma alegada dívida de 113 milhões de dólares ao Banco Económico e umas confusões com uma empresa chamada Prebuild.
Se é mais um maluco lançado para denegrir o Presidente da República, ou um aspirante a político sério com uma estratégia para o país, não sabemos, nem vamos especular, por respeito à família. O relevante neste episódio em curso é que Cláudio Dias dos Santos é um sintoma de um mal-estar, não uma causa.
E o mal-estar que Santos traduz é a inoperância do MPLA. O MPLA deixou-se adormecer à sombra das vitórias passadas e perdeu a sua influência junto da população. Actualmente, é composto, nalguma parte, por uma série de amadores que só pensam em enriquecer como os seus antecessores. Usa técnicas passadas, slogans com cinquenta anos, comunicação com cem anos. Não liga à população, com raras excepções, não se esforça, nem sequer promove ou explica a política do Presidente da República.
É por isso que Cláudio dos Santos deve ser levado a sério, como um sinal da profunda renovação, mesmo refundação que o partido precisa rumo a uma Nova República, ou então, um novo partido, um Partido do Ressurgimento deve aparecer para concitar as forças vivas angolanas para um novo caminho.