Este romance do escritor José Luís Mendonça já era aguardado há algum tempo pelos leitores em Angola, e finalmente a sua última obra foi apresentada na capital, Luanda. O livro contém textos de diversos géneros literários, e tem o carimbo da Mayamba Editora.
A história discorre por ilustrações como camaleões, hienas, cabras voadoras, um falcão de asas redondas e um elefante que, com rostos diferentes, representa o poder, num país moldado pela vendeta do 27 de Maio de 1977, cuja herança maior é uma repressão política desumana.
Segundo José Luís Mendonça, a obra narra as peripécias que marcaram uma data da história de Angola independente, com base na personificação animal, revelada por sonho.
Facto relevante é que o livro lançado agora em Angola não é uma reedição da primeira lançada em Portugal, mas o mesmo, uma vez que os leitores angolanos assim o exigiam.
A obra “é uma criação de fábulas que revela a história da Angola pós-colonial, passando pela independência até aos dias actuais da grande pandemia que, neste romance curto, adquire o título jocoso de ‘Surriso’, ou seja, surto de riso”, salientou o autor do livro com sete capítulos, que em cada um destes corresponde a um sonho do personagem principal, sendo a narrativa uma mistura que vai da ficção ao jornalismo.
A obra personifica, também, a pandemia da Covid-19, que se transformou num surto como riso, “metade de Luanda tem riso e outra metade não tem”, concluiu o autor.
O escritor deixou também a promessa para breve, caso haja editoras interessadas, a publicação do livro de poesia já terminado e com o título “Esse País Chamo Corpo de Mulher”.
José Luís Mendonça é um escritor e jornalista angolano nascido em 24 de novembro de 1955 na província do Kuanza-Norte, no Golungo-Alto, Angola. Ele é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto e tem vindo a exercer também o jornalismo nas colunas de diversos jornais angolanos.
É vencedor do Prémio Sagrada Esperança, Jogos Florais do Caxinde, Angola Trinta Anos, bem como do Prémio Nacional de Cultura e Artes na categoria de Literatura.
Algumas das suas publicações: “O reino das Casuarinas”, “Luanda Fica Longe e Outras Estórias Austral”, “Angola, Me Diz Ainda”, “Um canto para Mussuemba”.
Em 2021, venceu o Prémio SADC de Jornalismo, na categoria de Imprensa.