A Máfia está montada e bem representada, abunda o aventureirismo e as facilidades aparentes são uma via de alta velocidade para o abismo.
Centenas de jovens famílias bem instaladas em Angola, manietadas pelo ruído da instabilidade, estão a comprar casa em Portugal, nas periferias das cidades, recorrendo a crédito bancário. Pura ilusão, no início é um oásis, até parece recompensar o sacrifício, mas com o passar do tempo e ao primeiro abanão de crise que eleve os juros bancários, é um inferno sem retorno.
Uma prestação bancária para compra de casa que em Dezembro estava em 500€, hoje, três meses depois, está a 800€, e a incapacidade de cumprimento gera a perda total e o consequente despejo sem contemplações.
Este desiderato advém da propaganda criminosa incentivadora de emigração, são os abutres em conluio que se banqueteiam na desgraça alheia, infelizmente já há bastantes compatriotas nossos caídos no conto do vigário, o pior é que é uma ratoeira legal, não há defesa senão a prevenção.
Separação de famílias, de cônjuges, viagens, um sem fim que nos faz ser escravos das nossas más opções, e tornam a família vulnerável ao descambar social.
Para quem compra casa sem recorrer a crédito, é uma opção legítima, é um direito, é uma liberdade conquistada, mas recorrer aos bancos, na actual volatilidade internacional, é lançar uma corda ao pescoço e comprar problemas para muito tempo, para muitos o tempo de uma vida.