A animação judicial já foi longe demais.
De um lado, tivemos nove juízes do Tribunal Supremo a transformarem-se em supostos deputados e guardiões da legitimidade judicial, quando ninguém lhes deu mandado para isso. O papel dos juízes é julgar, não intrigar uns contra os outros.
Do outro tivemos uma simpática senhora juíza de Saurimo a vir afirmar o apoio ao presidente do Tribunal Supremo. Não estamos num jogo de futebol, os juízes não são juventudes de apoio futebolístico, a apoiar uns e outros.
Nem o Conselho Superior da Magistratura Judicial deve emitir comunicados sobre ilegalidades. Não é um tribunal, são os tribunais que decidem as ilegalidades.
Nesse sentido, andou muito bem o Presidente da República em nomear novos juízes para o Tribunal Supremo. Deu um sinal de estabilidade e futuro. É hora de renovar este Tribunal e seguir em frente, deixando para trás a confusão.
Quanto às presentes disputas, o actual presidente do Tribunal Supremo deveria tirar consequências imediatamente e os órgãos próprios agir sem mais demora.
Como escrevemos antes, é tempo de ir além de Joel Leonardo, fazer regressar os juízes ao recato das salas de audiência e voltar a conferir a dignidade necessária à justiça.
Antigamente, dizia-se que os militares deviam regressar aos quartéis. Agora dir-se-á que os juízes devem regressar aos julgamentos e sair das disputas e intrigas políticas, de ambos os lados.