Não ressaltam na sociedade angolana iniciativas consensuais, extremam-se posições, esticam-se cordas, a visão do umbigo não permite ver além dele.
Os senhores juízes englobam uma elite que deveria ser exemplar pelo Poder e equidistância que deveriam ter na sua postura, mas, não há dia em que não sejamos surpreendidos com ajustes e divisões, com cacos e remendos por todos os lados.
Podem os senhores juízes sustentarem-se com votações fragmentadas exclusivas?
Podem os senhores juízes legitimar a sua continuidade no Órgão de Soberania, com julgamentos em causa própria?
A degradante exposição pública a que se expuseram os magistrados de todas as instâncias judiciais de recurso, extravasou o admissível, e com a perspectiva irrealizável de uma maioria de dois terços na Assembleia Nacional, resta a intervenção do senhor Presidente da República.
Chegados aqui, pede-se a João Lourenço que actue governamentalmente com os Poderes que a República lhe outorgou, sem Partidos, pelo país, pelos cidadãos, pelo desenvolvimento que urge de autoridade, disciplina, igualdade, liberdade, fraternidade, sob pena de os atrasos trazerem espaço para aventureiros.
O pior que os senhores juízes fazem, e é espantoso, é trazer para o espaço público as suas questiúnculas, com isto esgotaram os tribunais, e só uma limpeza geral pode transmitir os novos e futuros juízes que a Justiça é algo sério, abstrato, e não ao serviço de interesses subterrâneos que minam o normal funcionamento das instituições democráticos do Estado de Direito.
Já não é uma questão de razões e culpados, é um pilar que ruiu, ninguém quer remendos, é tempo de também na Justiça termos um tempo novo, para que o governo possa governar.