Moco é como aquele papagaio que repete, sem pensar, o último disparate que ouviu. Agora estamos na fase da “ crise institucional da justiça” e lá vem ele redizer o que outros andam a dizer.
Mas Moco é sempre trapalhão, pois adiciona ao tema papagueado a sua confusão. Agora mistura a justiça com a secreta e o CAN, com umas falsas referências literárias pelo meio. Percebe-se finalmente porque José Eduardo dos Santos rapidamente se livrou de Moco como primeiro-ministro, mandando-o lavar Mercedes para Lisboa. Mais confusionista era difícil.
Vamos ao tema. Moco santifica a juíza Exalgina, agora uma santa senhora, depois dos amigos dele andarem a atacá-la meses a fio. Esperam que seja mais uma a juntar-se ao coro dos frustrados santistas e adalbertistas. E acusa o Presidente da República de ser “selectivo”. O costume.
Segundo Moco, João Lourenço afastou Exalgina e não afastou Joel Leonardo no Tribunal Supremo. Isto demonstra que eles pensam que ainda estão no comunismo quando podiam fazer tudo. O Presidente da República não afastou ninguém. Deixou as instituições funcionar e exerceu a sua “magistratura de influência”, e nada mais, em relação a Exalgina. É isso que a Constituição lhe exige. Sobre Joel disse muito simplesmente que aguarda resultados institucionais.
Estas pessoas acham que publicam uns artigos e põem toda a gente a mexer. Não é assim. As instituições têm de funcionar e o Presidente está precisamente a dar espaço para isso.
E note-se que a questão da saída de Joel e deste ataque cerrado não é inocente. Estamos certos que se Joel se demitisse, imediatamente as baterias dos “activistas” se centrariam nos juízes do crime no Tribunal Supremo, e Joel seria outro santo do altar onde já puseram Exalgina, o antigo comandante da polícia e outros que saíam descontentes e barulhentos.
Sobre Joel, o objectivo é simples, colocar o Tribunal Supremo sem funcionar, tomar conta da câmara criminal e acabar com os julgamentos sobre a corrupção. Joel Leonardo foi o elo mais fraco desta cadeia.
Faz bem o Presidente da República em aguardar tranquilamente os resultados das averiguações em curso. Se eu fosse o Presidente da República só me mexeria dentro dos meus atributos constitucionais para concluir a questão Joel Leonardo, depois de ter reforçado o Tribunal Supremo com 50 juízes, assim acabava a brincadeira em que Moco e todos os outros estão envolvidos.
Sobre as secretas, nem se percebe o que Moco quer. Mudanças são normais e ainda bem que assim é. É evidente que nestes tempos turbulentos, a segurança tem de ser reforçada, quando África se torna de novo o tabuleiro de xadrez entre o Ocidente, a China e a Rússia. E é isto, e os interesses económicos do Ocidente, que levam ao investimento político e económico estrangeiro em Angola. Perceberam que têm um Presidente que quer fazer o país avançar apesar das estruturas que boicotam , entre as quais se encontram as que Moco e outros servem. É o contrário do CAN. Não é Angola em “bicos dos pés”, é Angola a ser procurada do estrangeiro. O que é que Moco não percebe nisto?
O que também Moco não percebe é que se o Presidente da República achasse que existia uma crise institucional deveria declarar um estado de excepção constitucional e assumir plenos poderes, e lá se ia o regabofe em que estas pessoas têm andado, não respeitando nada nem ninguém…