Tomem uma atitude

ByAnselmo Agostinho

24 de Fevereiro, 2023

Em Lisboa monta-se, mais uma vez, um cenário para atacar o governo legítimo de Angola. Um grupelho político de neocolonialistas que desde o ano passado tem tentado interferir no processo eleitoral angolano volta à carga. A UNITA (ou o dinheiro dos seus patrocinadores refugiados no Dubai e noutras paragens) parece ter tomado como refém a IDC, uma suposta Internacional Democrata Cristã, que de cristã tem pouco, e democrata ainda menos. Estas pessoas vêm para Lisboa fazer barulho contra o governo legitimamente eleito de Angola.

Ficamos com várias perplexidades.

A primeira é como é que uma organização como a UCCLA, em que a cidade de Luanda ocupa a vice-presidência da Comissão Executiva, se torna a sede de tal acto de agressão a Angola. Foram as autoridades de Luanda informadas ou, pura e simplesmente, ignoradas na deliberação que precedeu a autorização para a UCCLA servir de sede da conspiração?

Luanda só tem uma resposta, cortar o financiamento à UCCLA e suspender a sua participação.

A segunda perplexidade liga-se à interferência que o presidente da Câmara de Lisboa está a ter nos assuntos internos angolanos. Ele é o grande promotor da festa, a cara que vai dar legitimidade ao ataque. Lembre-se que este é o homem que se dispunha o mês passado a aprovar um hotel de luxo para Isabel dos Santos. Aqui há algo que não bate certo. O que faz correr Moedas?

A diplomacia angolana, em nome dos laços fraternos que unem os dois países, tem sido demasiado tolerante com as atitudes de alguns portugueses que ainda vivem nos tempos da guerra colonial e acham que podem, de Lisboa, intervir nos assuntos angolanos. É tempo de tomar uma atitude, amiga, mas firme, para acabar com esta interferência absurda. E quanto à IDC, é tempo de analisar as suas finanças e ligações demasiado estreitas às tentativas golpistas da UNITA.